quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Iglesias banca amante latino em show no Rio de som baixo e aura 'kitsch'

Resenha de show
Título: Julio Iglesias in Concert
Artista: Julio Iglesias (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 17 de outubro de 2011
Cotação: * *
Show em cartaz no Teatro do Sesi, em Porto Alegre (RS), em 20 de outubro de 2011

Aos 68 anos, Julio Iglesias continua personificando em cena o amante latino, personagem que ainda lhe cai bem na visão do público feminino de meia-idade que compareceu à casa Vivo Rio no Rio de Janeiro (RJ), na noite chuvosa de 17 de outubro de 2011, para conferir a apresentação carioca do show Julio Iglesias in Concert, ora em turnê pelo Brasil. Sem jamais se fazer de rogado, Iglesias bancou o amante latino em show de aura kitsch prejudicado pelo som irregular do microfone que, por vezes, soou demasiadamente baixo. O coro do trio de vocalistas, os dançarinos de tango - requisitados em números como A Media Luz, tema do repertório de Carlos Gardel (1890 - 1935), ícone do gênero argentino - e o tom dos arranjos contribuíram para a criação de atmosfera decadente que passou despercebida pelo público entretido com os afagos de Iglesias em seus egos. Cantando no espanhol nativo (Hey, balada popularizada no Brasil na fiel versão em português gravada por José Augusto), em português (canções como Me Esqueci de Viver) e em inglês (Crazy), Iglesias mostrou que a voz está mais inteira do que sua carreira. Mesmo assim, houve momentos típicos de um karaokê, como o cover de My Sweet Lord, o maior sucesso da carreira solo de George Harrison (1943 - 2001), recordado em arranjo (mal) xerocado da gravação original de 1970. Se a italiana Caruso (Lucio Dalla) representou pico de emoção sincera, o samba Mal Acostumado - popularizado nos anos 90 em registro do grupo baiano Ara Ketu - chegou a constranger quem não se deixou seduzir pelas muitas falas do amante latino à moda antiga. Roberto Carlos envelheceu melhor em cena.

Um comentário:

  1. Aos 68 anos, Julio Iglesias continua personificando em cena o amante latino, personagem que ainda lhe cai bem na visão do público feminino de meia-idade que compareceu à casa Vivo Rio no Rio de Janeiro (RJ), na noite chuvosa de 17 de outubro de 2011, para conferir a apresentação carioca do show Julio Iglesias in Concert, ora em turnê pelo Brasil. Sem jamais se fazer de rogado, Iglesias bancou o amante latino em show de aura kitsch prejudicado pelo som irregular do microfone que, por vezes, soou demasiadamente baixo. O coro do trio de vocalistas, os dançarinos de tango - requisitados em números como A Media Luz, tema do repertório de Carlos Gardel (1890 - 1935), ícone do gênero argentino - e o tom dos arranjos contribuíram para a criação de atmosfera decadente que passou despercebida pelo público entretido com os afagos de Iglesias em seus egos. Cantando no espanhol nativo (Hey, balada popularizada no Brasil na versão em português gravada por José Augusto), em português (canções como Me Esqueci de Viver) e em inglês (Crazy), Iglesias mostrou que a voz está mais inteira do que sua carreira. Mesmo assim, houve momentos típicos de um karaokê, como o cover de My Sweet Lord, o maior sucesso da carreira solo de George Harrison (1943 - 2001), recordado em arranjo (mal) xerocado da gravação original de 1970. Se a italiana Caruso (Lucio Dalla) representou pico de emoção sincera, o samba Mal Acostumado - popularizado nos anos 90 em registro do grupo baiano Ara Ketu - chegou a constranger quem não se deixou seduzir pelas muitas falas do amante latino à moda antiga. Roberto Carlos envelheceu melhor em cena.

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