sábado, 13 de agosto de 2011

Onda de influências traga o Forfun na praia do CD 'Alegria Compartilhada'

Resenha de CD
Título: Alegria Compartilhada
Artista: Forfun
Gravadora: Sem indicação
Cotação: * *

Quarto álbum do Forfun, se posto na conta o renegado Das Pistas de Skate para as Pistas de Dança (2003), Alegria Compartilhada situa o grupo carioca - em atividade na cena indie desde 2001 - na praia do reggae, reiterando a rota já seguida no anterior Polisenso (2008). É sintomático, a propósito, que o quarteto seja visto numa praia, à frente de palmeiras, na foto exposta na contracapa do disco produzido por Daniel Ganjaman e disponibilizado pela banda desde abril de 2011. Alegria Compartilhada tem vibe praieira perceptível já no reggae que abre o álbum e lhe dá título. Em Descendo o Rio, faixa de bom acabamento pop, essas boas vibrações chegam a roçar os clichês do gênero. Mas são tantas as referências que o Forfun parece ter sido tragado por essa onda de influências. Tropicália Digital evoca o rap de Marcelo D2, longe da batida perfeita. Quem Vai, Vai reverencia o suingue soberano de Jorge Ben Jor sem de fato cativar com sua levada de samba-rock. Entre reggae, rap, dubs e rock, o Forfun parece sem foco. Faixa que traz Gustavo Black Alien na coautoria, Cosmic Jesus se situa entre a pegada do Rappa e a batida do Planet Hemp. A Garça deixa a mesma impressão. O reggae Largo dos Leões abre alas para saudar os blocos do Carnaval carioca na cadência eventual do samba. Enfim, o Forfun soa sem identidade entre ecos de Ben Jor, Planet Hemp e Cidade Negra. Essa falta de foco resulta especialmente perigosa para um grupo que ainda não se livrou totalmente de seu passado emo por conta de álbuns como Teoria Dinâmica Gastativa (2005). Periga o quarteto morrer na praia do reggae enquanto busca status e suingue tropical.

2 comentários:

  1. Quarto álbum do Forfun, se posto na conta o renegado Das Pistas de Skate para as Pistas de Dança (2003), Alegria Compartilhada situa o grupo carioca - em atividade na cena indie desde 2001 - na praia do reggae, reiterando a rota já seguida no anterior Polisenso (2008). É sintomático, a propósito, que o quarteto seja visto numa praia, à frente de palmeiras, na foto exposta na contracapa do disco produzido por Daniel Ganjaman e disponibilizado pela banda desde abril de 2011. Alegria Compartilhada tem vibe praieira perceptível já no reggae que abre o álbum e lhe dá título. Em Descendo o Rio, faixa de bom acabamento pop, essas boas vibrações chegam a roçar os clichês do gênero. Mas são tantas as referências que o Forfun parece ter sido tragado por essa onda de influências. Tropicália Digital evoca o rap de Marcelo D2, longe da batida perfeita. Quem Vai, Vai reverencia o suingue soberano de Jorge Ben Jor sem de fato cativar com sua levada de samba-rock. Entre reggae, rap, dubs e rock, o Forfun parece sem foco. Faixa que traz Gustavo Black Alien na coautoria, Cosmic Jesus se situa entre a pegada do Rappa e a batida do Planet Hemp. A Garça deixa a mesma impressão. O reggae Largo dos Leões abre alas para saudar os blocos do Carnaval carioca na cadência eventual do samba. Enfim, o Forfun soa sem identidade entre ecos de Ben Jor, Planet Hemp e Cidade Negra. Essa falta de foco resulta especialmente perigosa para um grupo que ainda não se livrou totalmente de seu passado emo por conta de álbuns como Teoria Dinâmica Gastativa (2005). Periga o quarteto morrer na praia do reggae enquanto busca status e suingue tropical.

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  2. se os caras eram emos e agora tentam ser Ben Jor, palmas pra eles

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