sábado, 19 de fevereiro de 2011

Radiohead se perde na floresta climática em que situa The King of Limbs

Resenha de CD
Título: The King of Limbs
Artista: Radiohead
Gravadora: EMI Music (edição digital à venda no site do disco)
Cotação: * *

Oitavo álbum do Radiohead, The King of Limbs é - de certa forma - uma continuação mais radical de seu antecessor In Rainbows (2007), disco que seguiu a trilha experimental pavimentada pelo grupo inglês em álbuns como Kid A (2000) e Amnesiac (2001). Contudo, se havia melodias no arco-íris de cores experimentais que iluminou In Rainbows, há mais climas, sombras e loops em The King of Limbs do que  músicas propriamente ditas. Lançado em edição digital em 18 de fevereiro de 2011, um dia antes da data anunciada pela banda, The King of Limbs alude no título a um carvalho situado na milenar floresta Savernake, em Wiltshire. Pelo que se ouve nas oito faixas do álbum, que quase pode ser catalogado como um EP, o Radiohead se perdeu na floresta da experimentação excessiva. The King of Limbs é um disco cerebral, desconexo e eventualmente até chato. Bloom, a faixa de abertura, introduzida por um piano camerístico, já leva o ouvinte para o clima denso que pauta o álbum. Morning Mr. Magpie é mais percussiva e destaca uma guitarra. Na sequência, Little by Little parece tangenciar em alguns breves momentos o formato da canção, mas a pista é falsa e a música soa inacabada, como se fosse o registro embrionário de uma demo que pode vir a ser o ponto de partida para uma verdadeira canção. Em seguida, Feral se mostra ambientada em clima dub, com forte camada percussiva. Vem, então, a melodiosa Lotus Flower, faixa que inspirou o controvertido primeiro clipe do disco. Estrategicamente eleita o primeiro single do álbum, Lotus Flower tangencia de fato o formato da canção mais tradicional - embora nenhum ouvinte em sã consciência possa esperar do Radiohead a produção em série de hits radiofônicos.  Na sequência, a boa balada Codex é o veículo ideal para o vocalista Thom Yorke exprimir toda a melancolia atormentada que move o cancioneiro do Radiohead desde os primórdios da banda. Contudo, as duas faixas finais, Give up the Ghost e Separator, fazem o álbum repisar novamente a trilha experimental na qual o Radiohead se perde, soterrado sob camadas sonoras tão densas quanto cansativas. The King of Limbs não está à altura da banda.

8 comentários:

  1. Oitavo álbum do Radiohead, The King of Limbs é - de certa forma - uma continuação mais radical de seu antecessor In Rainbows (2007), disco que seguiu a trilha experimental pavimentada pelo grupo inglês em álbuns como Kid A (2000) e Amnesiac (2001). Contudo, se havia melodias no arco-íris de cores experimentais que iluminou In Rainbows, há mais climas, sombras e loops em The King of Limbs do que músicas propriamente ditas. Lançado em edição digital em 18 de fevereiro de 2011, um dia antes da data anunciada pela banda, The King of Limbs alude no título a um carvalho situado na milenar floresta Savernake, em Wiltshire. Pelo que se ouve nas oito faixas do álbum, que quase pode ser catalogado como um EP, o Radiohead se perdeu na floresta da experimentação excessiva. The King of Limbs é um disco cerebral, desconexo e eventualmente até chato. Bloom, a faixa de abertura, introduzida por um piano camerístico, já leva o ouvinte para o clima denso que pauta o álbum. Morning Mr. Magpie é mais percussiva e destaca uma guitarra. Na sequência, Little by Little parece tangenciar em alguns breves momentos o formato da canção, mas a pista é falsa e a música soa inacabada, como se fosse o registro embrionário de uma demo que pode vir a ser o ponto de partida para uma verdadeira canção. Em seguida, Feral se mostra ambientada em clima dub, com forte camada percussiva. Vem, então, a melodiosa Lotus Flower, faixa que inspirou o controvertido primeiro clipe do disco. Estrategicamente eleita o primeiro single do álbum, Lotus Flower tangencia de fato o formato da canção mais tradicional - embora nenhum ouvinte em sã consciência possa esperar do Radiohead a produção em série de hits radiofônicos. Na sequência, a boa balada Codex é o veículo ideal para o vocalista Thom Yorke exprimir toda a melancolia atormentada que move o cancioneiro do Radiohead desde os primórdios da banda. Contudo, as duas faixas finais, Give up the Ghost e Separator, fazem o álbum repisar novamente a trilha experimental na qual o Radiohead se perde, soterrado sob camadas sonoras tão densas quanto cansativas. The King of Limbs não está à altura da banda.

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  2. Mauro, jura que é tão ruim assim?
    Ainda não ouvi, mas sei lá, os melhores discos do Radiohead costumam não gostar de ouvidos imediatistas, precisam de tempo pra se revelar. Caso de In Rainbows, que, para mim, supera até mesmo o aclamado, Ok Computer. Espero ouvir e não concordar com você.

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  3. eu é que não entro nessa floresta... êta grupo pretensioso, se acha e os críticos-bobos da corte endossam...

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  4. Acabei de ouvir o disco e o que tenho são só primeiras impressões que geralmente mudam a cada audição de um disco novo do Radiohead.
    Achei enigmático, esquisito, soturno, mas bastante melódico, ou seja, tem o DNA do Radiohead e de certa forma me senti em casa; mas é claro que não tem nem a sombra de albúns como, Ok Computer,In Rainbows, ou do longínquo The Bends,(meus preferidos), Mas confesso que esperava mais...bem mais.

    PS:Especula-se que este não seja o disco oficial, e sim um disco de B'sides. Quem sabe?...

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  5. Mauro por que tanta rapidez pra essa crítica. Vc tem que ouvir um pouco mais o cd!!

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  6. É, realmente não era necessário uma análise tão rápida de um disco do Radiohead. Sinceramente acho o lado mais experimental mto interessante.Gosto d bandas q não tem medo errar e erram mesmo rs

    É ótimo ter uma banda como o Radiohead.Esperar o disco e simplesmente não saber o que esperar.Não saber a direcao.

    Por enquanto ainda estou escutando e ainda não tenho opiniao sobre o assunto.
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  7. Finalmente ouvindo faixa por faixa e só tenho uma coisa a dizer: Radiohead puro. Só se decepciona quem espera outra coisa. Mas o que se espera dum álbum do Radiohead? Não é brilhante mas é muito acima do lixo que se ouve por aí.

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  8. Confesso que fiquei decepcionado com o disco, o clipe idem. Não é à toa que o pessoal aproveitou pra tirar uma onda com o "Thom Globeleza".

    Definitivamente: não é um disco à altura da banda.

    =P

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