Anos antes da aparição de Paulinho da Viola, o samba ganhou seu primeiro príncipe, Roberto Silva (9 de abril de 1920 - 9 de setembro de 2012), morto na madrugada deste domingo, aos 92 anos, vítima de complicações decorrentes de um AVC. Silva não ganhou o epíteto de Príncipe do Samba - já nos anos 50, quando atuava na Rádio Tupi - por acaso. Até João Gilberto - famoso por seu rígido rigor estilístico - era fã da nobreza moderna do canto de Silva, que conciliava a (in)fluência do fraseado magistral de Orlando Silva (1915 - 1978) com um balanço que o capacitava para cantar sambas sincopados, gênero no qual foi um dos mestres. Silva nasceu no bairro de Copacabana, cartão-postal do Rio de Janeiro (RJ), mas se criou no subúrbio carioca de Inhaúma. A vivência periférica certamente influenciou seu gosto pelo samba, mote de todos seus álbuns. O último, Volta por Cima, foi lançado em 2002 pela Universal Music após duas décadas de forçado jejum fonográfico (o artista não gravou discos nos anos 80 e 90). Mas Roberto Silva vai ser mais lembrando pelos quatro volumes da série Descendo o Morro, gravados entre 1958 e 1961 para a extinta Copacabana, companhia pela qual Silva também lançou álbuns como O Samba É Roberto Silva (1962), O Príncipe do Samba (1965), Receita de Samba (1969), Saudade em Forma de Samba (1973) e Samba de Morro (1974). Discos que quase invariavelmente já expunham no título o nome do gênero que consagrou o cantor. Foi na cadência bonita do samba que Roberto Silva fez seu nome imortal.
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domingo, 9 de setembro de 2012
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Dois álbuns da série 'Descendo o Morro', de Roberto Silva, são reeditados
Antes de Paulinho da Viola, houve outro Príncipe do Samba. Tal título de nobreza foi dado informalmente a Roberto Silva - cantor carioca projetado na era do rádio brasileiro - por sua elegância e por sua destreza na divisão dos sambas que interpretava. Um dos pontos altos da discografia de Silva, a série Descendo o Morro - que totalizou quatro volumes - volta ao catálogo pela metade, permitindo que novas gerações conheçam as habilidades do cantor. Dando continuidade ao processo de revitalização do catálogo da extinta gravadora carioca Copacabana, a Microservice reedita na série Bilogia os dois primeiros volumes de Descendo o Morro. Embora vendidos juntos em box, Descendo o Morro (1958) e Descendo o Morro nº 2 (1959) ganham edições separadas, diferentemente do que havia acontecido em 1999, ano em que os discos foram relaçados pela EMI na série Dois em Um. No primeiro volume de Descendo o Morro, Silva dá voz e leveza a sambas como Juracy (Antonio Almeida e Cyro de Souza), Oh! Seu Oscar (Wilson Baptista e Ataulfo Alves), Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro), Falsa Baiana (Geraldo Pereira), Emília (Haroldo Lobo e Wilson Baptista) e A Voz do Morro (Zé Kéti), entre outros sambas. Em Descendo o Morro nº 2, Silva mantém a linha com repertório que inclui Aos Pés da Cruz (Marino Pinto e Zé da Zilda), Se Acaso Você Chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), Cabelos Brancos (Herilveto Martins e Marino Pinto), Escurinho (Geraldo Pereira) e Rugas (Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Ary Monteiro). Biscoitos finos!
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