Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sai DVD em que Guerra registra ao vivo 'son' feito com Juanes e Romeo

Já nas lojas do Brasil em CD e em DVD, em edição da EMI Music, A son de Guerra tour é o registro ao vivo do show da turnê baseada no homônimo 11º álbum de estúdio do cantor e compositor dominicano Juan Luis Guerra, ícone do mercado de música latina. Na turnê iniciada em agosto de 2011 e finalizada em abril de 2012, o artista percorreu 20 países e se juntou ao seu grupo 4:40 para cantar 18 músicas de sua exclusiva autoria, conciliando o repertório do álbum A son de Guerra (2010) com sucessos como La bilirrubina (gravado por Fafá de Belém em 1994 em versão em português incluída no álbum Do fundo do meu coração) e Burbujas de amor (propagado no Brasil na voz de Fagner em 1991 em versão em português assinada por Ferreira Gullar). Gênero musical dominicano, a bachata é ritmo recorrente ao longo do roteiro em que Guerra recebe um dos ícones do gênero, o cantor norte-americano Romeo Santos, convidado de Frío, frío. E por falar em convidados, Guerra reedita o caliente dueto com Juanes gravado originalmente em estúdio para o álbum de 2010. O astro colombiano figura em La calle, reggae de pressão roqueira. Do repertório do disco de estúdio, que versou sobre amor e política, Juan Luis Guerra também rebobina La Guagua, guaracha de tom engajado. A son de Guerra tour perpetua show captado ao fim da turnê no Olympic Stadium, em Santo Domingo (capital da República Dominicana), e feito para público estimado em 50 mil pessoas. Juan Luis Guerra estava literalmente em casa ao dar voz ao seu já icônico cancioneiro latino.

Skank grava em BH o primeiro álbum de inéditas autorais em cinco anos

O grupo Skank grava em Belo Horizonte (MG), enfim, seu nono álbum de inéditas autorais. É o primeiro disco de inéditas do quarteto mineiro em cinco anos. Nunca o Skank - visto em foto de Weber Pádua - ficou tanto tempo sem registrar repertório inédito. O último álbum de estúdio da banda foi Estandarte (2008). O CD vai ser lançado no segundo semestre de 2013.

Paula Fernandes grava DVD de contrato renovado com a Universal Music

Um dos nomes que mais vendem discos atualmente no mercado fonográfico brasileiro, Paula Fernandes renovou seu contrato com a gravadora Universal Music - por longo prazo - antes de fazer seu segundo registro ao vivo de show em gravação agendada para 8 de junho de 2013 na HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ). Na foto tirada na assinatura do contrato, a cantora e compositora mineira posa com Daniel Silveira (gerente sênior A&R - à esquerda), José Éboli (Presidente da Universal Music Brasil) e Jesus Lopez (Chairman da América Latina e Península Ibérica - à direita). Não foram reveladas as cifras e o número de discos previstos no contrato.

CSS vai lançar em junho 'Planta', seu primeiro álbum sem Adriano Cintra

Já com duas músicas em rotação na internet, Hangover (gravada com adesão de Tim Armstrong, músico do grupo norte-americano de punk rock Rancid) e Dynamite (faixa feita com o baterista do trio norte-americano Gossip, Hannah Billie), o quarto álbum do CSS, Planta, vai ser lançado em junho de 2013. É o primeiro disco do grupo brasileiro Cansei de Ser Sexy após a ruidosa saída de Adriano Cintra, em 2011. Arquitetado e gravado em Los Angeles (EUA), com produção de Dave Sitek, Planta alinha 11 músicas inéditas no repertório essencialmente autoral. Eis as 11 faixas de Planta, sucessor do razoável La liberación (2011):

1. Honey
2. Hangover
3. Into the sun
4. Girlfriend
5. Dynamite
6. Sweet
7. Too hot
8. Teenage tiger cat
9. Frankie goes to North Hollywood
10. The hangout
11. Faith in love

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Compositor gravado por Beth e Zeca, Bandeira Brasil sai de cena aos 63

Ao lançar seu primeiro disco solo em 2003, A cor do Brasil, o cantor e compositor carioca Alcemir Gomes Bastos (1950 - 2013), o Bandeira Brasil, contou com a participação de Beth Carvalho no samba Amante da verdade (Nelson Cavaquinho, Bandeira Brasil e Ratinho). Cria do mesmo Cacique de Ramos onde Brasil conseguiu aos poucos se impor como compositor, ao longo dos anos 80, Zeca Pagodinho gravou vários sambas do colega de geração, inclusive o que batizou o álbum de inéditas que lançou em 2005, À vera (Bandeira Brasil, Luizinho Toblow, Bidubi e Élcio do Pagode). Somente o fato de Beth e Zeca terem dado vozes a sambas do compositor já atestou o valor de Brasil, que saiu de cena no Rio de Janeiro (RJ) nesta quinta-feira, 30 de maio de 2013, aos 63 anos, vítima de complicações decorrentes de pneumonia. Mas nos quintais cariocas ninguém duvidava do valor deste compositor que chegou a se tornar parceiro de Nelson Cavaquinho (1911 - 1986). Filho de pai cavaquinista, Brasil desfilou ainda criança pela escola de samba Caprichosos de Pilares, agremiação de Pilares, bairro do subúrbio carioca aonde se criou. Mais tarde, o amor pela Portela falou mais alto e Brasil chegou a integrar a ala de compositores da escola azul-e-branca de Madureira / Oswaldo Cruz. Como compositor, Brasil conseguiu projeção a partir da segunda metade dos anos 80, quando seu samba Ópio (Bandeira Brasil e Cléber Augusto) foi gravado pelo grupo Fundo de Quintal no álbum Divina Luz (1985). Na sequência, Jovelina Pérola Negra (1944 - 1998) registrou Feira de São Cristóvão (Bandeira Brasil e Beto sem Braço) no seu segundo disco solo, Luz do repente (1987), e Elza Soares deu voz a Erê (Bandeira Brasil e Beto sem Braço) no álbum Voltei (1988).

Vanusa regrava música de Zé Ramalho no álbum produzido por Zeca Baleiro

 Em 1977, um ano antes de gravar seu primeiro LP solo, Zé Ramalho teve sua obra propagada por Vanusa, que lançou composição do artista paraibano, Avohai, em seu álbum 30 anos (Som Livre, 1977). Decorridos 36 anos, o compositor terá mais uma música gravada pela cantora paulista - vista em foto de Helena Tassara -  no disco que Vanusa prepara em São Paulo (SP) com produção de Zeca Baleiro. A escolhida foi O silêncio dos inocentes, balada lançada há nove anos por Ramalho no álbum O gosto da criação (BMG, 2002). Vanusa vai voltar ao mercado fonográfico com CD que traz algumas músicas inéditas entre várias regravações. Mas quase todas as músicas são inéditas na voz da cantora. Entre elas, há melancólica canção de Vander Lee, Esperando aviões, lançada pelo próprio cantor e compositor mineiro em CD ao vivo de 2003.  Vanusa gravará parceria com Baleiro.

Livro-manifesto de Lobão soa lógico, embora inclua opiniões e relatos vazios

Resenha de livro
Título: Manifesto do nada na terra do nunca
Artista: Lobão
Editora: Nova Fronteira
Cotação: * * *

 Já na lista dos best-sellers brasileiros, o segundo livro de Lobão, Manifesto do nada na terra do nunca, existe porque sua autobiografia 50 anos a mil (Nova Fronteira, 2010) - escrita com o auxílio do jornalista Cláudio Tognolli e lançada há três anos - vendeu cerca de 150 mil exemplares, número expressivo para país habitado por povo que nem lê jornal. Logo, a editora Nova Fronteira encomendou um segundo livro ao cantor, compositor e guitarrista carioca com o mesmo tino comercial com que uma gravadora cobra um novo disco de um cantor que lançou CD de sucesso. Mesmo que o manifesto tenha surgido com claras ambições mercantilistas, há alguma lógica na tese feroz de Lobão. "Leia, antes de bater", pede o autor anônimo do defensivo texto da orelha do livro, já na abertura desse  texto. Sim, tal advertência se faz necessária porque as opiniões e ataques extremados de Lobão o tornam alvo fácil dos que têm interesse na manutenção de um status quo - ainda que muitas vezes o próprio Lobão forneça munição para seus detratores por conta do tom gratuitamente agressivo de parte dessas opiniões soltas na mídia (algumas sem o menor senso de realidade). Manifesto do nada na terra do nunca atenua tal agressividade - talvez por conta do medo de processos - sem perda da contundência. Aliás, basta ler o prólogo - um longo poema intitulado Aquarela do Brasil 2.0 no qual o país é retratado com tintas fortes - para perceber que Lobão não foge à luta. Para quem se interessa pela música, o supra-sumo do livro é o primeiro capítulo do manifesto, Terra do nunca, no qual o artista defende a tese de que um nacionalismo xenófobo - gerado em 1922 pela Semana de Arte Moderna - está arraigado na produção musical desde então, guiando a partir dos anos 60 a arquitetura da música rotulada como MPB, sigla questionada pelo escritor diante da pouca penetração popular de alguns artistas associados ao gênero. Para Lobão, a imposição do rótulo de alineado cultural aos que que tentam escapar do cerco nacionalista faz com que, por exemplo, ritmos como o choro sejam - na definição do autor - línguas mortas. O argumento-base do manifesto faz sentido e é bem desenvolvido pelo artista, com perspectiva histórica, neste capítulo inicial. Mesmo assim, ataques gratuitos a compositores da MPB, como Edu Lobo e Gonzaguinha (1945 - 1991), diluem a força e a seriedade do manifesto. Lobão jamais explica porque considera Edu Lobo "insuportável". Gonzaguinha tem ignorado o (imenso) valor de seu cancioneiro, mas, ao menos, o escritor sustenta a tese de que o compositor alimentou a ideologia de uma esquerda que ditou os padrões de bom gosto ao longo dos anos 1960 e 1970. Mais adiante, no capítulo 4, Por que o rock continua errando?, Lobão volta a abordar o nacionalismo exacerbado para defender a tese de que o rock tem sido diluído na produção fonográfica brasileira ao longo de sucessivos anos e gerações, lembrando que artistas inicialmente ligados ao universo pop, como Roberto Carlos e Sérgio Reis, acabaram migrando para a MPB ou, no caso de Reis, para o sertanejo. Dentro desse contexto, o funk carioca teria valor por escapar do enquadramento nacionalista, mesmo com suas letras erotizadas e apelativas. Já o rap teria sido vampirizado pelo sistema - e lá vão críticas explícitas ao grupo Racionais MC's (Mano Brown é caracterizado como "uma caricatura de combatente urbano") e veladas ao rapper Criolo (não citado nominalmente, mas facilmente identificável no trecho em que Lobão alfineta os rappers que começaram a ouvir Chico Buarque, ícone da MPB tão combatida no livro). De todo modo, é de lamentar que o Manifesto do nada na terra do nunca seja desenvolvido com menor força ao longo das 248 páginas do livro. Há capítulos (ácidos) sobre as aventuras de Lobão como repórter do programa A liga (TV Bandeirantes) que, a pretexto de corroborar sua tese, parecem mais uma extensão da autobiografia do artista do que um desenvolvimento coerente e lógico do manifesto. Mesmo assim, somente pelo primeiro capítulo sobre a construção da identidade da MPB, o livro já merece atenção. Ah... sim, leia antes de bater em Lobão, pois em tempos politicamente corretos em que ninguém tem coragem de questionar os gigantes da MPB (apatia que já norteia até mesmo a produção de críticos musicais, alguns amestrados por assessores e/ou temerosos de perder os contatos diretos com artistas), é salutar que alguém desafine o forte coro dos contentes.

Bárbara dá salto ao refinar canção popular romântica em 'É o que temos'

Resenha de CD
Título: É o que temos
Artista: Bárbara Eugenia
Gravadora: Oi Música
Cotação: * * * * 1/2

É impressionante o salto qualitativo de Bárbara Eugenia - cantora fluminense radicada em São Paulo (SP) - em seu segundo álbum, É o que temos, lançado em edição física pelo selo Oi Música neste mês de maio de 2013. Esqueça aquela cantora meia-boca de Journal de BAD (2010), álbum de espírito underground e depressivo, produzido pelos (ótimos) guitarristas Junior Boca e Dustan Gallas. Bárbara cresce e aparece, sobretudo como compositora, neste disco bem produzido em que ela refina o pop romântico de aura kitsch. Ao cantar aquela velha história, o amor, a cantora volta e meia se depara com a melancolia que pulsa nos (des)compassos do coração, mas a precisa produção de Clayton Martin (do grupo Cidadão Instigado) e Edgard Scandurra desanuvia o tempo. Música de autoria de Bárbara que bate em suave ritmo pop, Coração já anuncia o sol na abertura do disco. "... Quero paz / E cantar a vida, bailemos, bailemos...", avisa a cantautora (de voz agradável e extremamente bem colocada) por meio de versos da canção. É sintomático que, na sequência, a artista revisite com classe Porque brigamos, versão do compositor capixaba Rossini Pinto (1937 - 1985) para I am... I said (Neil Diamond, 1971), gravada pela cantora carioca Diana em 1972 com grande sucesso popular. O cover está em sintonia com o espírito do disco. Intérprete jogada na vala comum do brega por não seguir os padrões ditados pela MPB reinante na década de 70, Diana bem poderia encarar Roupa suja, lavada pela cantautora em É o que temos com Pélico, seu parceiro na composição. Sozinha - versão literal de Bárbara Eugenia para Me siento solo (2010), música do cantor e compositor francês Adanowsky - também se ajustaria bem ao repertório direto de Diana. Tudo parece dentro da ordem. E o que impressiona no segundo álbum de Bárbara Eugenia é que sua bela e limpa sonoridade (pontuada por guitarras, geralmente tocadas por Scandurra e Davi Bernardo) não foi criada para encobrir a escassez de inspiração melódica - fato comum no universo indie. Sim, há melodia em É o que temos! Basta ouvir Não tenho medo da chuva e não fico só - parceria de Bárbara com Tatá Aeroplano, com quem a cantora faz dueto na faixa - e a delícia pop sessentista You wish, you get it (Bárbara Eugenia), criada e gravada em inglês, para comprovar a evolução da compositora. Que flerta bonito com a chanson française de Serge Gainsbourg (1928-1991) em Jusqu'a la mort (Bárbara Eugenia) - faixa que termina em clima espacial, após passagem instrumental que exemplifica o primor da produção - e que se embrenha pelas trilhas do Sul norte-americano em  I wonder (Bárbara Eugenia) sem perder a ternura. Faixa em inglês de leve tom country, gravada com o grupo Mustache e os Apaches, I wonder é outro atestado do salto de Bárbara Eugenia como compositora. Contudo, mesmo que acene para outras galáxias do universo pop e flerte com o rock (em Ugabuga feelings, tema de Bárbara Eugenia), É o que temos está essencialmente entranhado na canção popular romântica, inspiração de O peso dos erros (Bárbara Eugenia). Mas nada soa pesado ou cafona. A atmosfera é solar como Out of the sun, faixa de voz, violão (o de Bárbara), cello (o de Peri Pane) e um único verso em inglês, alocada depois das dez músicas oficiais do álbum. Enfim, ainda queima a esperança. Bárbara Eugenia apresenta suas armas - e o que temos já é um dos grandes discos deste ano de 2013.

Sétimo disco de estúdio do Placebo, 'Loud like love' vai sair em setembro

Sétimo álbum de estúdio do grupo inglês Placebo, Loud like love tem lançamento programado para 16 de setembro de 2013. Produzido por Adam Noble, o sucessor de Battle for the sun (2009) foi gravado no Rak Studios, em Londres, entre 2012 e 2013. Com dez músicas inéditas, de nomes ainda não divulgados, Loud like love vai ser lançado nos formatos de vinil, CD, em edição dupla que junta CD e DVD (com registros das sessões de gravação da banda no estúdio) e em box luxuoso que inclui edições do disco em todos os quatro formatos e um segundo DVD com clipes promocionais das dez músicas, filmados por diretores emergentes no universo pop. Loud like love entra em pré-venda a partir de 7 de junho. A capa foi criada por Julian House.

Sem eletrônica, Venegas reforça sua assinatura autoral em show no Rio

Resenha de show
Título: Los momentos
Artista: Julieta Venegas (em foto de Luciana Tancredo)
Local: Teatro Bradesco (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de maio de 2013
Cotação: * * * 

Pela terceira vez em palcos do Rio de Janeiro (RJ), Julieta Venegas - estrela do pop mexicano que sedimentou sua carreira fonográfica ao longo dos anos 2000 com álbuns como (2003) e Limón y sal (2006) - apresentou aos cariocas o show da turnê Los momentos, reforçando a assinatura autoral de seu cancioneiro que dialoga em ritmo pop com as tradições da música do México, país aonde se criou desde a infância essa cantora e compositora nascida, a rigor, nos Estados Unidos. Atração da recém-inaugurada filial carioca do Teatro Bradesco nesta última semana de maio de 2013, Venegas apresentou sete das 11 músicas de seu sexto álbum de inéditas - Los momentos, lançado em março pela Sony Music - entre sucessos extraídos de discos anteriores, seguindo roteiro que ignorou somente o primeiro álbum da artista, Aquí (1997). No todo, o público da apresentação de 28 de maio recebeu a artista com entusiasmo menor do que o das plateias cariocas dos shows El presente e Otra cosa, feitos no Rio de Janeiro em 2008 e 2011, respectivamente. Contudo, havia parte do público que conhecia bem a obra de Venegas, que se revezou entre o acordeom, o piano e o violão. Essas pessoas contribuíram para que a atmosfera do show - iniciado com certa frieza com as músicas Hoy (Julieta Venegas, 2013) e Bien o mal (Julieta Venegas, Alejandro Sergi e Cachorro López, 2010) - fosse ficando mais calorosa à medida em que a cantora avançou no roteiro. Dividindo o palco com banda reduzida, na qual se destacou o baterista Edy Vega pelo toque bem marcado de músicas como Te vi (Juleita Venegas, 2013), Venegas rebobinou seu cancioneiro sem a alta dose de eletrônica que pontua o CD Los momentos. Ao mostrar as músicas do disco novo, a artista se dirigiu à plateia para explicar a motivação que a levou a compor cada canção. Nem era preciso. As letras da compositora vão direto ao ponto e permitem versões literais. A propósito, Venegas recebeu no Rio Érika Martins e Marisa Monte, cantoras que já deram voz a versões em português de temas da autora de Despedida (Julieta Venegas, 2010), uma das 23 músicas do roteiro. Com Érika, primeira convidada a entrar em cena, a cantora refez  o dueto bilíngue de Lento (Julieta Venegas e Coti Sorokin, 2003), lançado no primeiro CD solo da artista brasileira (Érika Martins, 2009). Em que pese a amizade das cantoras, faltou sintonia, harmonia e naturalidade à junção de vozes e versos em português e em espanhol. Qualidades que saltaram aos ouvidos no dueto feito com Marisa Monte na belíssima Ilusión (Julieta Venegas). Mesmo que a orquestração de Ilusión no show Los momentos não tenha reeditado a beleza do arranjo perpetuado na gravação ao vivo do CD e DVD Julieta Venegas Unplugged MTV (2007), a presença luminosa de Marisa Monte por si só alterou de imediato a atmosfera da plateia. Sintomaticamente, foi a partir da entrada em cena de Marisa que o show começou de fato a engrenar. Grande momento da apresentação, Algun día (Julieta Venegas, 2007) - outra música do acústico - reiterou a fineza do diálogo pop de Venegas com os ritmos tradicionais da música do México. Diálogo menos perceptível na balada Un poco de paz (Julieta Venegas, 2013). Munida de seu acordeom, Venegas saiu por um único momento de seu trilho autoral para cantar Sin documentos (Andrés Calamaro, 1993), música do repertório do grupo híspano-argentino Los Rodríguez (1990 - 1997) que, ao ser regravada por Venegas, foi alocada como bônus de seu álbum Limón y sal e que funcionou bem no show. No fim, Me voy (Julieta Venegas, 2006) e, sobretudo, a animada El presente (Julieta Venegas, 2007) aumentaram a  temperatura do show, mantida no bis, dado com duas parcerias de Venegas com Coti Sorokin lançadas em 2003 no álbum Algo está cambiando e Andar conmigo. Enfim, assim como o CD Los momentos, o bom show pode não representar o melhor momento da trajetória de Julieta Venegas em cena, mas logo reiterou a forte personalidade da obra autoral da artista.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Venegas inclui dueto com Érika no roteiro de seu terceiro show no Rio

Julieta Venegas incluiu número com Érika Martins no roteiro de seu terceiro show no Rio de Janeiro (RJ). Projetada como vocalista da banda Penélope, a cantora brasileira gravou versão em português de música de autoria da estrela do pop mexicano, Lento (Julieta Venegas e Coti Sorokin, 2003), em seu primeiro disco solo, Érika Martins (Toca Discos / Warner Music, 2009). A gravação de Lento foi feita com a participação da própria Julieta Venegas. Pois foi justamente Lento a música que as cantoras - em foto de Mauro Ferreira - reviveram juntas em dueto bilíngue feito no palco do Teatro Bradesco, no Rio de Janeiro (RJ), em 28 de maio de 2013, na primeira  das duas apresentações de Venegas no novo teatro carioca. Venegas mostrou o show Los momentos ao seu público do Rio de Janeiro (RJ) já com certa intimidade com a plateia carioca, poia já tinha apresentado na cidade os shows de suas turnês El presente e Otra cosa, em dezembro de 2008 e em setembro de 2011, respectivamente. Por isso, parte do público já conhecia várias músicas do show, extraídas dos repertórios dos álbuns Buenivento (2000), (2003), Limón y sal (2006), Julieta Venegas Unplugged MTV (2007) e Otra cosa (2010). Eis o roteiro seguido por Venegas na estreia carioca do show Los momentos:

1. Hoy (Julieta Venegas, 2013)
2. Bien o mal (Julieta Venegas, Alejandro Sergi e Cachorro López, 2010)
3. Sería feliz (Julieta Venegas, 2000)
4. Limón y sal (Julieta Venegas e Jorge Villamizar, 2006)
5. Por qué? (Julieta Venegas, 2013)
6. Lento (Julieta Venegas e Coti Sorokin, 2003) - com Érika Martins
    Versão em português de Érika Martins
7. No hace falta (Julieta Venegas, Coti Sorokin e Cachorro López, 2006)
8. Eres para mí (Julieta Venegas e Anita Tijoux, 2006)
9. Te vi (Julieta Venegas, 2013)
10. Vuelve (Julieta Venegas, Anita Tijoux e Rubén Albarrán, 2013)
11. Ilusión (Julieta Venegas, 2007) - com Marisa Monte
      Versão em português de Arnaldo Antunes e Marisa Monte
12. Algun día (Julieta Venegas, 2007)
13. Despedida (Julieta Venegas, 2010)
14. Un lugar (Julieta Venegas, 2010)
15. Los momentos (Julieta Venegas, 2013)
16. Canciones de amor (Julieta Venegas, 2006)
17. Un poco de paz (Julieta Venegas, 2013)
18. Nada importante (Julieta Venegas, 2013)
19. Sin documentos (Andrés Calamaro, 1993) - gravada por Julieta Venegas em 2006
20. Me voy (Julieta Venegas, 2006)
21. El presente (Julieta Venegas, 2007)
Bis:
22. Algo está cambiando (Julieta Venegas e Coti Sorokin, 2003)
23. Andar conmigo (Julieta Venegas e Coti Sorokin, 2003)

Inédito na cena carioca, dueto de Marisa e Venegas vale 'Los momentos'

Ao ser saudada por Julieta Venegas ao entrar no palco do Teatro Bradesco, como convidada da estreia do show Los momentos no Rio de Janeiro (RJ), a cantora carioca Marisa Monte ressaltou o fato de ser a primeira vez que ela cantava com a estrela da música mexicana em sua cidade natal. De fato. Desde que gravaram juntas Ilusión (Julieta Venegas) para o CD e DVD Julieta Venegas MTV Unplugged (sony Music, 2007), Marisa e Venegas - vistas em foto de Luciana Tancredo - nunca tinham refeito o dueto em palcos cariocas. A primeira vez foi na noite de terça-feira, 28 de maio de 2013. Mesmo que o atual arranjo de Ilusión não reedite a beleza da orquestração da gravação do acústico registrado por Venegas para a MTV, o dueto se revelou mais uma vez harmonioso. Foi um dos momentos mais belos do show inspirado no álbum de inéditas Los momentos, lançado por Venegas em março, pela gravadora Sony Music.

'Eterna alegria' repõe Alcione no sangue e no quintal do povo do samba

Resenha de single
Título da música: Eterna alegria
Artista: Alcione
Autoria da música: Alex Almeida, Carlos Jr., Júlio Alves e Ramirez
Cotação: * * * *

Música disponível para audição e download no iTunes

Desde os anos 70, o repertório de Alcione sempre conciliou sambas com temas românticos. A vertente romântica caiu no brega a partir da segunda metade da década de 80, quando a cantora já tinha se transferido da gravadora Philips para a RCA e passou a gravar baladas produzidas em escala industrial por hitmakers como Michael Sullivan & Paulo Massadas para o elenco da companhia então já denominada BMG-Ariola. Nos anos 2000, já na Indie Records, a Marrom fez discos de tom ainda mais popular, como Faz uma loucura por mim (2003), que renovaram seu público e injetaram ânimo em sua carreira fonográfica. Eterna alegria - o disco de inéditas que Alcione vai lançar em junho de 2013 - não vai descartar de todo o romantismo, mas prioriza sambas animados. O que lhe dá título, Eterna alegria (Alex Almeida, Carlos Jr., Júlio Alves e Ramirez), reconecta Alcione à fase inicial de sua discografia na RCA. Disponibilizado para audição e download gratuito neste mês de maio de 2013, para dar início aos trabalhos promocionais do disco gravado via Marrom Music, Eterna alegria é ótimo samba batido na palma da mão. "Tô no sangue desse povo e não quero sair", avisa Alcione em verso da composição. Com sua levada contagiante, que remete à produção dos nobres quintais do Cacique de Ramos nos anos 80, Eterna alegria aumenta a expectativa do CD que Alcione vai apresentar em junho ao mercado. A julgar pelo irresistível samba posto na rede, tudo indica que Eterna alegria, o disco, vai repor Alcione nos felizes quintais cariocas dos quais a Marrom nunca deveria ter saído para dar voz a baladas que batem na mesma tecla. Bye, bye, tristeza!

Inédita dos Tribalistas, 'Joga arroz' tem o jeito de Brown e se comunica fácil

Resenha de single
Título da música: Joga arroz
Artistas: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte
Autoria da música: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte
Cotação: * * * *
Música disponível para audição e download no site oficial dos artistas

  Surpreendendo o universo pop, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte lançam hoje, 29 de maio de 2013, Joga arroz, inédita música com jeito de jingle, composta e gravada pelo trio para sensibilizar políticos e a parcela mais conservadora da sociedade para a aprovação do Casamento Civil Igualitário (em bom português, casamento entre pessoas do mesmo sexo), projeto já regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, mas ainda à espera de aprovação no Congresso Nacional. Embora não seja creditada oficialmente aos Tribalistas, mas aos três artistas, Joga Arroz é música com o d.n.a. do trio que gravou e lançou em 2002 álbum que virou mania nacional com sucessos como Já sei namorar (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte, 2002) e Velha infância (Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Davi Moraes, Marisa Monte e Pedro Baby, 2002). A propósito, Joga arroz remete a Já sei namorar pela comunicabilidade, pela capacidade de falar com as massas sem papo cabeça, mas, no caso, passando com clareza a mensagem de que qualquer forma de amar vale a pena e merece ser abençoada de forma oficial pelos cartórios e pela sociedade. Musicalmente, Joga arroz tem a cara e a pegada da obra de Brown. Mas o arranjo leve - que combina ukuleles (tocados por Marisa e Dadi), violão (o de Cezar Mendes), guitarra (a de Pignose) e programações (pilotadas com sutileza por Thiago Pugas e por Brown, que também toca baixo e percussão) -  deixa a música com jeito de pop tribalista. E isso é um elogio. O trio sabe se comunicar com o público de A a Z sem apelar para o populismo. Gravada neste mês de maio de 2013, Joga arroz é jogada na rede no momento em que a questão do casamento gay fervilha na internet e mobiliza a sociedade, dividindo opiniões. Com letra sucinta que troca casais históricos como Romeu & Julieta e Sansão & Dalila, Joga arroz contribui para mostrar que, se encarado de coração aberto, o casamento civil igualitário é algo natural e até simples como a sedutora música inédita dos tribalistas. Pode vir a ser um dos grandes hits do ano...

Trio Tribalistas lança música inédita, 'Joga arroz', para apoiar casamento gay

  Onze anos após lançarem o primeiro e único álbum do trio Tribalistas, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte surpreendem o universo pop e lançam música inédita, Joga arroz, espécie de jingle gravado pelo trio para a campanha da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Joga arroz vai estar disponível para download a partir das 10h de hoje, 29 de maio de 2013, no site oficial da campanha pelo casamento civil igualitário. Eis a letra da nova música Joga arroz:

Joga arroz
(Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte)

O seu juiz já falou
Que o coração não tem lei
Pode chegar
Pra celebrar
O casamento gay

Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós dois

Quem vai pegar o buquê
Quem vai pegar o buquê
Maria com Antonieta
Sansão com Bartolomeu
Dalila com Julieta
Alexandre com Romeu

Joga arroz
Joga arroz
Joga arroz
Em nós duas 

Em nós todos
Em nós dois

terça-feira, 28 de maio de 2013

Elba (re)faz seu roteiro habitual na 'viagem' do show 'Vambora lá dançar'

Resenha de show
Título: Vambora lá dançar
Artista: Elba Ramalho (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 27 de maio de 2013
Cotação: * * *
Show em cartaz no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ), até 28 de maio de 2013

"Alguém quer ouvir alguma coisa?", perguntou Elba Ramalho ao público que foi ao Theatro Net Rio na noite de segunda-feira, 27 de maio de 2013, assistir a Vambora lá dançar, show inspirado no homônimo álbum de inéditas lançado pela cantora em janeiro. Uma espectadora então pediu Esqueça (Forget him) (Mark Anthony em versão em português de Roberto Corte Real) - música gravada pela cantora no projeto Emoções sertanejas (2010), de Roberto Carlos - e Elba improvisou interpretação da canção popularizada no Brasil em 1966 na voz do Rei. Na sequência, vários espectadores quiseram ouvir De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985) e a cantora antecipou a canção, até então reservada para o bis. O momento de interatividade da artista com seu público aconteceu no meio da apresentação - antes de a cantora sair de cena e voltar com o segundo dos dois figurinos do show - e sinalizou a intenção de Elba de pôr a satisfação de seus fãs à frente de um conceito que norteasse o roteiro. Estrela que tem no currículo memoráveis espetáculos de arquitetura teatral, Elba caracterizou o show Vambora lá dançar como "uma nova viagem" ao se dirigir pela primeira vez ao público no início da apresentação. No entanto, a rigor, Elba montou o roteiro de sua viagem musical com trilhas já conhecidas dos frequentadores das apresentações que tem feito nos últimos anos. Sim, há músicas de seu 31º disco no roteiro - ao abrir o show, a cantora já enfileira Embolar na areia (Herbert Azul, 2013), Deitar e rolar (Antonio Barros e Cecéu, 2013) e Frevo meio envergonhado (Monique Kessous, 2008) - mas tais músicas não chegam a moldar um conceito realmente novo de show. De todo modo, com sua habitual energia e com a voz em boa forma, Elba é intérprete segura que enfrenta e domina o palco com sua força de Leoa do Nordeste. Todas essas qualidades da artista estão intactas na cena armada em Vambora lá dançar. A voz valente de Elba ainda é capaz de alçar às alturas a dramaticidade contida em Ave de prata (Zé Ramalho, 1979), música que batizou seu primeiro disco e que volta a ser cantada pela artista paraibana - no toque do charango de Lui Coimbra - no embalo do dueto feito recentemente em São Paulo (SP) por Elba com Filipe Catto, cantor gaúcho que deu voz a Ave de prata em seu primeiro álbum, Fôlego (2011), em elogiado registro. Sob a direção musical do violonista Marcos Arcanjo, Elba se afina com ótima banda que destaca o sanfoneiro Mestrinho e o zabumbeiro Durval - fundamentais no número em que Elba arma arretada forró session, encadeando temas animados como Derramaro o gai (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950) e Na base da chinela (Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti, 1962). Nessa trilha nordestina, Elba continua imbatível, fazendo com emoção Súplica cearense (Gordurinha e Nelinho, 1967). Neste número, a sanfona de Mestrinho parece chorar pela continuidade da seca no Nordeste, alvo de discurso politizado da artista em cena. Súplica cearense é momento sagrado que ecoa mais tarde em Conceição dos coqueiros (Lula Queiroga, Lulu Oliveira e Alexandre Bicudo 2007), outro número pungente. Conceição dos coqueiros é lembrança de um dos mais fortes e menos conhecidos álbuns da discografia de Elba, Qual o assunto que mais lhe interessa? (Ramax / Brazilmúsica!, 2007), CD do qual a cantora também lembra Noite severina (Pedro Luís e Lula Queiroga, 2001), bela surpresa de roteiro que bem poderia ter novidades na voz de Elba. Ou pelo menos músicas já pouco visitadas pela artista, caso de Nordeste independente (Imagine o Brasil) (Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova, 1984), com cuja (longa) letra Elba se atrapalhou ao tentar cantar a música a capella. Afinal, após Noite severina, a intérprete passa a cantar músicas e a contar histórias já recorrentes em seus shows. Por mais que Elba arrase elevando a dramática Palavra de mulher (Chico Buarque, 1985) às alturas, toda essa parte final do show já soa déjà vu para seu fiel público. Faltou um fecho original para um espetáculo baseado em disco de inéditas. Enfim, a viagem musical proposta por Elba no show Vambora lá dançar não é nova. Contudo, se a viagem resulta agradável e sedutora em vários momentos, é por conta da energia, voz e presença cênica dessa valente cantora. Vambora lá??

Em cena, Elba convida à dança com roteiro que inclui até poema de Waly

Poema da lavra incandescente do compositor e escritor baiano Waly Salomão (1943 - 2003), feito para ganhar a voz de Maria Bethânia no CD religioso Cânticos, preces e súplicas à Senhora dos jardins do céu (2000), Feitio de oração foi recitado por Elba Ramalho na primeira das duas apresentações do show Vambora lá dançar no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de 27 de maio de 2013. Momento sereno de show feito na pressão da arretada música nordestina, o poema precedeu Conceição dos coqueiros (Lula Queiroga, Lulu Oliveira e Alexandre Bicudo 2007) no roteiro em que Elba conciliou músicas de Chico Buarque, Pedro Luís - Noite severina, parceria do compositor carioca com Lula Queiroga - e Zé Ramalho. No bis, a cantora convidou o cantor e compositor carioca Almir Guineto, presente na plateia, para subir ao palco. Com a cantora na percussão, Guineto reviveu seu sucesso Caxambu (Élcio do Pagode, Jorge Neguinho, Zé Lobo e Bidubi do Tuiti, 1986). Eis o roteiro seguido por Elba Ramalho - vista no Theatro Net Rio em foto de Rodrigo Goffredo - em 27 de maio de 2013 na (longa) apresentação do show inspirado no disco Vambora lá dançar (2013):

1. Embolar na areia (Herbert Azul, 2013)
2. Deitar e rolar (Antonio Barros e Cecéu, 2013)
3. Frevo meio envergonhado (Monique Kessous, 2008)
4. Gostoso demais (Dominguinhos e Nando Cordel, 1986)

5. Minha vida é te amar (Dominguinhos e Nando Cordel, 1993)
6. Onde Deus possa me ouvir (Vander Lee, 2002)
7. A palo seco (Belchior, 1974)
8. Paralelas (Belchior, 1975)
9. Ai que saudade d'ocê (Vital Farias, 1982)
10. Ave de prata (Zé Ramalho, 1979)
11. Não sonho mais (Chico Buarque, 1979)
12. Espumas ao vento (Accioly Neto, 1997)
13. Derramaro o gai (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950) /
14. Na base da chinela (Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcanti, 1962) /

15. Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950) /
16. Eu só quero um xodó (Dominguinhos e Anastácia, 1973)
17. Por que tem que ser assim? (Chico Pessoa e Cezinha, 2013)
18. Nordeste independente (Imagine o Brasil) (Bráulio Tavares e Ivanildo Vila Nova, 1984)
19. Súplica cearense (Gordurinha e Nelinho, 1967)

20. Esqueça (Forget him) (Mark Anthony em versão em português de Roberto Corte Real, 1966)
21. De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985)
22. A natureza das coisas (Accioly Neto, 2004)
23. Não chora, não chora não (Petrúcio Amorim)
24. Feitio de oração (Waly Salomão, 2000) - poema
25. Conceição dos coqueiros (Lula Queiroga, Lulu Oliveira e Alexandre Bicudo 2007)
26. Noite severina (Pedro Luís e Lula Queiroga, 2001)
27. Chão de giz (Zé Ramalho, 1978)
28. Veja Margarida (Vital Farias, 1975)
29. O meu amor (Chico Buarque, 1978)
30. Palavra de mulher (Chico Buarque, 1985)
31. Todo o sentimento (Cristóvão Bastos e Chico Buarque, 1987)
32. Folhetim (Chico Buarque, 1978)
Bis:
33. Caxambu (Élcio do Pagode, Jorge Neguinho, Zé Lobo e Bidubi do Tuiti, 1986) - Almir Guineto
34. Banho de cheiro (Carlos Fernando, 1983)
35. Frevo mulher (Zé Ramalho, 1979)

Albarn faz disco solo com Russell sem descartar CD de inéditas do Blur

Sem descartar a hipótese de o Blur vir a gravar um álbum de inéditas nas brechas da agenda de shows do grupo inglês, Damon Albarn apronta disco solo com produção de Richard Russell, diretor da gravadora XL Records. O disco dá continuidade à discografia individual iniciada há dez anos com a edição em vinil do EP duplo Democrazy (2003) e que inclui a edição em CD da trilha da ópera Dr. Dee (2012) - disco que foi encarado como o primeiro álbum solo de Albarn.

Com musicalidade 'sangue azul', Rosa enfatiza nobreza da obra de Djavan

Resenha de CD
Título: Samba dobrado - Canções de Djavan
Artista: Rosa Passos
Gravadora: Universal Music
Cotação: * * * *

"A música de Rosa é nobre, íntegra, sangue azul, forjada muito longe, lá onde a música ainda menina por aqui já encontrava-se por Pixinguinha, Garoto, Jacob do Bandolim,  Agostinho dos Santos, Elizeth Cardoso, João Gilberto, Tom Jobim... Enquanto a Rosa, também ainda menina, de nada disso sabia. Mas já trazia todos dentro de si. Cantando suave, às vezes quebrado, guiada pelo seu violão, enfrentando métrica, divisão, ritmo, sua voz num vibrato às vezes rouco, soa choro-samba-jazz: o máximo. Desde que a ouvi pela primeira vez, sigo os seus passos. E hoje, pelo que estou vendo, devo seguir dizendo que a Rosa é um clássico!". Djavan

As palavras elogiosas de Djavan estão reproduzidas no encarte de Samba dobrado, CD em que Rosa Passos dá voz a 12 músicas do compositor alagoano, dono de obra de assinatura pessoal e intransferível. Nas lojas a partir desta terça-feira, 28 de maio de 2013, com distribuição da Universal Music, Samba dobrado - Canções de Djavan sobrepõe a assinatura também pessoal de Rosa neste cancioneiro pautado pelo suingue particular do compositor. Basta ouvir Capim (Djavan, 1982) ou Pedro Brasil (Djavan, 1981) na divisão própria da cantora para perceber como Rosa se dobra ao balanço do samba de Djavan sem deixar de dar seu próprio colorido a uma música que flerta à sua moda com o jazz e está entranhada no colo da mãe África. A rigor, Rosa Passos não é uma jazzista, mas transita com desenvoltura nesse universo, como comprovam passagens de Lei (Djavan, 1986) - uma das músicas menos conhecidas de Djavan dentre as 12 selecionadas pela cantora - e de Cigano (Djavan, 1989). É quando fica nítida a fina sintonia da banda formada por Celso de Almeida (bateria), Daniel D'Alcântara (trompete), Fábio Torres (piano), Ivan Sacerdote (clarineta), Jorge Helder (baixo acústico), Hélio Alves (piano), Lula Galvão (violão) Marcus Teixeira (violão e guitarra), Paulo Paulelli (baixo elétrico), Rafael Barata (bateria), Rodrigo Ursaia (sax e flautas) e Vinicius Dorin (sax e flautas). Mais do que coadjuvantes, tais músicos têm presenças fundamentais em um disco em que a cantora também se porta como um músico, a serviço da música, sem concessões. Nesse sentido, apesar de celebrar a obra de compositor popular, Samba dobrado - Canções de Djavan vai manter inalterados o prestígio e o alcance da cantora no mercado - até porque não é de hoje que Rosa Passos dá voz a músicas de Djavan. Admiradores do canto suave da intérprete nem vão se surpreender com a naturalidade com que a cantora cai no samba de Djavan em Fato consumado (Djavan, 1975) e em Serrado (Djavan, 1978). Já o chamado grande público possivelmente vai continuar surdo ao chamado para ouvir essa grande cantora. Que cruza Linha do Equador (Djavan e Caetano Veloso, 1992) com suavidade que se desvia da rota funkeada do registro do compositor. E que mostra ser capaz de fazer registros essencialmente melodiosos como o de Faltando um pedaço (Djavan, 1981), canção lançada por Gal Costa no álbum Fantasia (1981). Samba dobrado também extrapola o gênero que lhe dá título em Pétala (Djavan, 1982), faixa de voz & violão. O único defeito do tributo é o fato de a seleção de Rosa ter ignorado a produção autoral de Djavan pós-1992. Se o repertório escolhido tivesse alcançado toda a década de 90 e os anos 2000, o painel da obra do compositor seria mais abrangente e atual. De todo modo, o que se ouve em Samba dobrado - Canções de Djavan é música de boa estirpe. Música sangue azul, para usar o termo cunhado por Djavan, celebrado ao fim do álbum com a inédita canção Doce menestrel, parceria de Rosa com Fernando de Oliveira. Nem era preciso. Com o tributo prestado na abordagem das 12 faixas anteriores, Rosa já mostrara que também segue os passos de Djavan neste ótimo disco em que enfatiza a nobreza do cancioneiro do autor ao mesmo tempo em que reitera a fidalguia do próprio canto.

Paula convida Roberta e Zezé & Luciano para cantar no seu segundo DVD

Cantora e compositora paraibana que fez grande sucesso no universo sertanejo nos anos 80 e 90, Roberta Miranda de certa forma abriu caminho na indústria da música para sucessoras como Paula Fernandes, principal nome feminino do gênero na atualidade. Por isso, faz sentido que Roberta seja um dos nomes convidados para participar do segundo registro ao vivo de show da cantora e compositora mineira. Agendada para 8 de junho de 2013 na casa HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), a gravação do CD, DVD e blu-ray Multishow ao vivo Paula Fernandes - a serem lançados no segundo semestre de 2013 pela gravadora Universal Music - também vai contar com a presença da dupla sertaneja (de Goiás) Zezé Di Camargo & Luciano.

'#AC', álbum em que Ana aposta no 'groove', está disponível para audição

#AC - caloroso álbum de inéditas em que Ana Carolina aposta em groove gerado por mix de programações eletrônicas, guitarras e percussão - está disponível para audição gratuita no iTunes a partir desta terça-feira, 28 de maio de 2013. Produzido pela própria artista com Alê Siqueira, #AC alinha 12 músicas de autoria da compositora mineira. Com exceção da balada Luz acesa (Ana Carolina e Antonio Villeroy), faixa-bônus já lançada no CD que traz a trilha sonora nacional da novela Flor do Caribe (TV Globo, 2013), todas as músicas ganham seu primeiro registro em disco. Contudo, Libido - uma das cinco parcerias de Ana Carolina com Edu Krieger - vai estar disponível somente na edição física do álbum. Eis, na ordem, as 12 músicas de #AC, CD já promovido com a balada pop Combustível (Ana Carolina e Edu Krieger):

1. Poledance (Ana Carolina e Edu Krieger, 2013)
2. Esperta (Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger, 2013)
3. Libido (Ana Carolina e Edu Krieger, 2013)
4. Combustível (Ana Carolina e Edu Krieger, 2013)
5. Resposta da Rita (Ana Carolina e Edu Krieger, 2013) - com Chico Buarque
    * Música incidental: A Rita (Chico Buarque, 1965)
6. Pelo iPhone (Ana Carolina e Antonio Villeroy, 2013)
7. Mais forte (Ana Carolina, Chiara Civello e Bungaro, 2013)
8. Bang bang 2 (Ana Carolina e Rodrigo Pitta, 2013)
9. Canção pra ti (Ana Carolina, Moreno Veloso e Carlos Rennó, 2013)
10. Un sueño bajo el agua (Ana Carolina e Chiara Civello, 2013)
11. Luz acesa (Ana Carolina e Antonio Villeroy, 2013) - faixa-bônus
12. Leveza de valsa (Ana Carolina e Guinga, 2010) - faixa-bônus

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Documentário que expõe dor de Yuka é editado em DVD via Canal Brasil

Documentário lançado em 2011 no circuito de festivais, Marcelo Yuka no caminho das setas ganha edição em DVD na Coleção Canal Brasil. Clique aqui para ler a resenha do contundente filme em que a diretora Daniela Broitman expõe as dores do compositor e músico carioca Marcelo Fontes Nascimento Santa Ana, além de revelar o verdadeiro motivo da controvertida saída de Yuka do grupo O Rappa. Nos extras, o DVD apresenta o making of do trailer do filme.

Produzida por Baleiro, Vanusa grava em SP seu primeiro álbum em 15 anos

♪ Sem lançar disco desde 1998, ano em que aceitou gravar CD de regravações dentro dos padrões econômicos da série 20 super sucessos (da Polydisc), Vanusa entrou em estúdio em São Paulo (SP) desde a última quinta-feira, 23 de maio de 2013. Sob produção do maranhense Zeca Baleiro, que recentemente pilotou disco de inéditas do cantor goiano Odair José, a artista paulista grava um álbum que será intitulado com seu nome de batismo, Vanusa Santos Flores. Detalhe: a capa do primeiro disco da cantora paulista em 15 anos vai ser assinada pelo artista plástico Elifas Andreato.

Chiara enfatiza elo musical Brasil-Itália no apurado tom acústico de Solo+

Resenha de show
Título: Solo +
Artista: Chiara Civello (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Miranda (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 22 de maio de 2013
Cotação: * * *

Cantora e compositora italiana que tem transitado desde 2008 na ponte entre Brasil e Itália, Chiara Civello enfatiza o longínquo elo musical entre os dois países em Solo +, o show de apurado tom acústico que a artista tem apresentado neste ano de 2013. Chiara já tem quatro álbuns de estúdio lançados na Itália, mas somente o terceiro, 7752 (2010), foi editado no Brasil no rastro do sucesso popular das parcerias da compositora com Ana Carolina. Alguns dessas parcerias, como Dez minutos (2009) e Problemas (2011), aparecem em Solo + nas versões em italiano intituladas Dimmi perche e Problemi, gravadas por Chiara em seus álbuns, com a cantora ao piano. Em cena, Chiara se reveza no piano e no violão, dividindo o palco com o guitarrista Guilherme Monteiro. Além das canções passionais, a cantora e compositora transita pelo blues, gênero evocado em Tre (Chiara Civello e Rocco Papaleo, 2010). Na apresentação que encheu a casa carioca Miranda, na noite de 22 de maio de 2013, Solo + começou frio - mas já elegante na combinação de guitarra e piano que deu o tom de Ao posto del mondo (Chiara Civello e Diana Tejera, 2012) - e foi se revelando mais sedutor à medida que avançou. A inclusão de duas músicas italianas bem conhecidas no Brasil em versões em português de Nelson Motta - Veleno (Alfredo Polacci, 1947) e E po' che fà (Pino Danielle, 1982), sucessos nas vozes de Marina e Marisa Monte como Veneno (1984) e Bem que se quis (1989), respectivamente - contribuíram para aumentar a empatia entre público e artista. Versátil, Chiara também cantou em inglês L train (Chiara Civello e Jim Campilongo, 2007), tema de elétrico clima folk. Grande momento do show, o dueto com Daniel Jobim em Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti, 1960) expôs toda a beleza da canção italiana, com o piano e a voz de Jobim em fina sintonia com o canto de Chiara. A participação de Ana Carolina em Simplesmente aconteceu (Chiara Civello e Dudu Falcão, 2010) inflamou a parte da plateia que tinha ido ver a intervenção da cantora mineira no show de Chiara, mas tal exaltação não fez o número destoar do tom refinado da apresentação. Sem exageros vocais, Ana reiterou a potência de seu canto quente em dueto terno e afetivo. Em dueto bilíngue com Preta Gil, em italiano e em português, Chiara mostrou em tom mais expansivo que sua música Sofa' (Chiara Civello, Ana Carolina e Diana Tejera, 2010) - cantada por Preta Gil em português na versão intitulada Batom - resiste bem fora do universo festivo. Tal expansão foi mantida no último número, Got to go (Chiara Civello e Jesse Harris, 2012). No bis de tonalidade mais íntima, feito por Chiara à sós com seu violão, os sucessos italianos Il mondo (Jimmy Fontana, 1965) e Io che amo solo te (Sergio Endrigo, 1962) reiteraram o afeto passional que liga o cancioneiro do Brasil à música do país da artista. Traço que propicia a Chiara transitar com naturalidade nessa ponte Brasil-Itália com um canto que jamais sai do tom, embora não tenha um toque mais pessoal que identifique Chiara Civello de imediato neste (já populoso...) país de cantoras.

domingo, 26 de maio de 2013

Roteiro de Solo+ une Chiara a Ana, Daniel Jobim e Preta em show no Rio

Na estrada com o show Solo +, em que apresenta versões acústicas de seus maiores sucessos autorais e dá voz a músicas italianas conhecidas no Brasil (algumas em versões em português), Chiara Civello se reveza entre o piano e o violão neste show em que tem dividido o palco com artistas importantes em sua trajetória pessoal e profissional. Ana Carolina, Daniel Jobim e Preta Gil foram os convidados da apresentação de Solo + na casa Miranda, no Rio de Janeiro (RJ), em 22 de maio de 2013. Com Daniel Jobim, a cantora, compositora e pianista italiana - que desde 2008 se divide entre o Brasil e seu país natal -  fez bela abordagem de Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti). Além de tocar piano, Jobim dividiu com Chiara os vocais desta canção italiana de 1960, conhecida no Brasil também por conta da regravação feita por João Gilberto no álbum Amoroso (1977). Com Ana Carolina, Chiara reviveu a balada Simplesmente aconteceu (Chiara Civello e Dudu Falcão, 2010), primeira música composta em português pela artista italiana - canção alocada como faixa-bônus no terceiro álbum de Chiara,  7752 (2010) e propagada na voz de Ana. Com Preta Gil, o dueto bilíngue aconteceu em Sofa' (Chiara Civello, Ana Carolina e Diana Tejera), que vem a ser música de 2010 gravada dois anos depois por Preta em seu quarto CD, Sou como sou (2012), na versão em português intitulada Batom. Eis o roteiro seguido por Chiara Civello - vista com seus convidados nas fotos de Rodrigo Amaral - na apresentação do show Solo + na casa carioca Miranda, em 22 de maio de 2013:

1. Ao posto del mondo (Chiara Civello e Diana Tejera, 2012)
2. Canzone per te (Sergio Endrigo, 1968) /
    Traição (Ana Carolina e Chiara Civello, 2009)
3. Tre (Chiara Civello e Rocco Papaleo, 2010)
4. E se (Chiara Civello, Patrizia Cavalli e Diana Tejera, 2012)
5. Un uomo che non sa dire addio (Antonio Villeroy em versão de Chiara Civello e Stefano Scandaletti, 2010)
6. Isola (Chiara Civello e Rocco Papaleo, 2007)
7. Veleno (Alfredo Polacci, 1947) /
    E po' che fà (Pino Danielle, 1982)
8. Problemi (Chiara Civello e Ana Carolina, 2012) - Versão em português lançada em 2011 por Ana Carolina
9. L train (Chiara Civello e Jim Campilongo, 2007) /
    Tu vuò fa l'americano (Renato Carosone e Nicola Salerno, 1956)
10. 8 storie (Chiara Civello e Ana Carolina, 2010)
11. Resta (Chiara Civello e Ana Carolina, 2010) - Versão em português lançada em 2009 por Ana Carolina
12. Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti, 1960) - com Daniel Jobim
13. Simplesmente aconteceu (Chiara Civello e Dudu Falcão, 2010) - com Ana Carolina
14. Dimmi perche' (Chiara Civello e Ana Carolina, 2010) - Versão em português lançada em 2009 por Ana Carolina
15. Sofa' / Batom (Chiara Civello, Ana Carolina e Diana Tejera, 2010) - com Preta Gil
16. Namoradinha de um amigo meu (Roberto Carlos, 1967) - Versão em italiano de Chiara Civello
17. Got to go (Chiara Civello e Jesse Harris, 2012)
Bis:
18. Il mondo (Jimmy Fontana, 1965) /
      Io che amo solo te (Sergio Endrigo, 1962)

Álbum 'Sound the alarm' traz Booker T. Jones de volta à gravadora Stax

Booker T. Jones - cantor, compositor, arranjador e produtor norte-americano projetado no comando do grupo de soul e r & b Booker T. & the M.G.'s, em evidência nos anos 60 e 70 - está de volta à Stax Records, gravadora na qual lançou os discos mais cultuados de sua obra fonográfica. O artista se prepara para lançar, em 25 de junho de 2013, Sound the alarm, seu primeiro álbum para a Stax desde Melting pot (1971). É um álbum voltado para o r & b no qual figuram convidados como Anthony Hamilton, Gary Clark Jr. e Poncho Sanchez. Os músicos do duo de r & b The Avila brothers, Bobby Ross e IZ, são coautores de várias faixas e figuram na banda que toca em Sound the alarm ao lado de músicos como o guitarrista Raphael Saadiq.

Disco áureo de Marley, 'Kaya' volta ao catálogo com raro registro ao vivo

Mesmo sem o caráter explicitamente militante de outros discos de Bob Marley (1945 - 1981), Kaya - álbum de março de 1978 que rendeu ao cantor e compositor jamaicano sucessos mundiais como Is this love, Satisfy my soul e Sun is shining - marca posição política ao versar tanto sobre amor quanto sobre maconha. Um dos discos mais conhecidos da fase áurea do homem-fumaçaKaya está sendo relançado neste ano de 2013 pelo selo Tuff Gong em edição dupla que celebra seus 35 anos de vida e que já está disponível no mercado brasileiro com distribuição da Universal Music. Além da remasterização, a 35th anniversary deluxe edition de Kayacrescenta faixa-bônus às 10 músicas do álbum original. Trata-se de Smile Jamaica, lado B do single de Satisfy my soul. O título reproduz o nome do festival Smile Jamaica, no qual Marley foi alvo de uma tentativa de assassinato em 1976. Mas o principal ganho da edição é o CD-bônus que traz a rara gravação ao vivo de show feito por Marley em 7 de julho de 1978 em Rotterdam, na Holanda. Kaymarcou a volta do astro à Jamaica após período em Londres.

Trilha de novela apresenta gravação inédita de música de Chico por Gulin

Modinha da lavra inicial de Chico Buarque, lançada em 1968 pelo compositor carioca em seu terceiro álbum, Até pensei ganha voz da cantora curitibana Thaís Gulin em gravação inédita feita para a trilha sonora da novela Sangue bom, exibida pela Rede Globo no horário das 19h.

Elias às vezes evoca estado de espírito de Baker em 'I thought about you'

Resenha de CD
Título: I thought about you - A tribute to Chet Baker
Artista: Eliane Elias
Gravavadora: Concord Music / Universal Music
Cotação: * * *

A música de Chet Baker (1929 - 1988) é, em última instância, um estado de espírito. Um som de clima cool, interiorizado, por vezes lírico. Em seu tributo ao trompetista norte-americano de jazz que ganhou fama como cantor nos anos 50, I thought about you, a pianista paulista (radicada nos EUA) Eliane Elias - que também se assumiu cantora de pop jazz - persegue esse estado de espírito. Por vezes, Elias o roça, como em Embraceable you (George Gershwin e Ira Gershwin), em You don't know what love is (Don Raye e Gene DePaul) e em I get along without you very well (Hoagy Carmichael). Na maioria das vezes, contudo, a pianista aborda os standards sem sair de seu universo particular, mostrando apurado senso rítmico na alta velocidade de Just in time (Jule Styne, Betty Comden e Adolph Green) e acertando o tom pop jazzístico de temas como I've never been in love before (Frank Loesser), destaque de I thought about you. De todo modo, o disco é bom e até se impõe na discografia vocal de Elias, embora, no mais das vezes, a pianista não reproduza o estado de espírito da música do artista que celebra - proeza alcançada pela cantora brasileira Luciana Souza em seu recente The Book of Chet (2012) - clique aqui para ler a resenha deste álbum, à qual remete esta análise de I thought about you. Há mais sutilezas no canto de Souza do que nas interpretações de Elias. Mas cabe ressaltar o link com a bossa nova feito por Elias em There will never be another you (Harry Warren e Mack Gordon), faixa arranjada como um samba de estirpe bossa-novista. Repetida em Let's get lost (Frank Loesser e Jimmy McHugh), a conexão faz certo sentido pelo argumento de que Baker teria influenciado a moldura do canto revolucionário de João Gilberto. Seja como for, entre o jazz e o pop, I thought about you - A tribute to Chet Baker é o disco em que a eficaz cantora Eliane Elias mais roça o virtuosismo da pianista Eliane Elias. Vale ouvir!