Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vocalista do quarteto Os Monkees, Davy Jones sai de cena aos 66 anos

Vocalista da banda norte-americana The Monkees, criada em 1966 pela rede de televisão NBC para rivalizar com os Beatles, o cantor inglês Davy Jones (1945 - 2012) saiu de cena na Flórida (EUA) na manhã desta quarta-feira, 29 de fevereiro, vítima de ataque cardíaco. Tinha 66 anos. Também ator, Jones integrou os Monkees com Mickey Dolenz, Michael Nesmith e Peter Tork. Como cantor do grupo, ele deu voz a sucessos como A Little Bit me, A Little Bit You (1966)  e Daydream Believer (1967)  - sem que o pop dos Monkees jamais tenha roçado o nível artístico da produção pós-1966 dos Beatles, em que pese o êxito comercial de gravações como as de Last Train to Clarksville (1966) e I'm a Believer (1966). Calcada na homônima série apresentada pela rede de TV até 1968, a banda sobreviveu à saída do programa do ar, ganhou vida própria e durou até 1970 - ano em que o grupo fez com a formação clássica a última gravação dessa fase áurea, para single lançado em 1971 com as músicas Do It in the Name of Love e Baby Jane. A partir dos anos 80, sucessão de breves revivals tentou repor os Monkees em cena sem bisar o sucesso inicial do quarteto que deu a Davy Jones lugar de destaque na história da música pop. Os Moonkes jamais fizeram frente aos Beatles, mas marcaram época.

Sony reabastece as lojas do Brasil com álbuns e coletâneas de Whitney

Como as vendas de discos de Whitney Houston (1963 - 2012) dispararam em todo o mundo tão logo se espalhou a notícia da morte da cantora norte-americana, em 11 de fevereiro, a Sony Music - gravadora que distribui no Brasil o catálogo da Arista Records - tratou de reabastecer as lojas do Brasil com álbuns e coletâneas da artista. Foram rapidamente repostos em catálogo os álbuns Whitney Houston (1985 - em edição dupla produzida em 2010 para festejar os 25 anos do disco), One Wish (projeto natalino de 2003) e I Look to You (2009), além da trilha sonora do filme O Guarda-Costas (1992) e das coletâneas The Greatest Hits (2000) e Love, Whitney (2001). Para colecionadores, o título mais valioso - pois até então inédito no mercado nacional - é a The Deluxe Anniversary Edition do primeiro álbum da cantora, Whitney Houston. O disco ganhou o acréscimo de cinco faixas-bônus (um registro ao vivo de Greatest Love of All, uma versão a capella de How Will I Know e remixes de Someone For Me, Thinking About You e How Will I Know) e de DVD que exibe clipes (os vídeos promocionais de How Will I Know, Saving All my Love for You, Greatest Love of All e You Give Good Love), a primeira apresentação da cantora na TV (em 1983, cantando Home) e números ao vivo captados em apresentações da artista em eventos especiais. Todos os discos já estão à venda.

Edição relapsa de oficioso CD ao vivo atenta contra memória de Whitney

Resenha de CD
Título: Concert for South Africa
Artista: Whitney Houston
Gravadora: Coqueiro Verde
Cotação: *

Em novembro de 1994, Whitney Houston (1963 - 2012) - então ainda no auge da forma vocal e do vigor comercial de sua carreira - fez três shows beneficentes na África do Sul. The Concert for a New South Africa - como foi batizada a série de três apresentações que celebravam a unificação da África do Sul com o fim do Apartheid - ganhou oficioso registro audiovisual em VHS porque o show feito pela cantora norte-americana em 12 de novembro de 1994 no Ellis Park, em Joanesburgo, foi transmitido ao vivo pelo canal HBO. Essa gravação ao vivo - nunca reconhecida por Whitney como parte de sua obra oficial - foi editada em DVD no Brasil pela Coqueiro Verde Records em 2010. Decorridos dois anos, a morte súbita da artista motivou a gravadora a correr para repor nas lojas nacionais tanto o DVD como o CD derivado desse DVD para faturar com a comoção provocada no Brasil e no mundo pela notícia do fim de Whitney Houston, que saiu de cena abruptamente em 11 de fevereiro, há pouco mais de duas semanas. E o fato é que a edição relapsa e vulgar do CD Concert for South Africa atenta contra a memória da intérprete. Não há sequer os créditos dos compositores das músicas ouvidas no disco. Tampouco há qualquer informação sobre a data e procedência do registro ao vivo. O desleixo é tamanho que até a relação das 13 músicas dispostas na contracapa não condiz exatamente com que o CD reproduz. O medley que junta I Love You, All at Once e Where You Are é creditado sem a primeira das três músicas. Da mesma forma, a participação de Cissy Houston, mãe de Whitney, em Touch the World é omitida neste disco oportunista. Como a qualidade técnica é meramente razoável, o CD Concert for South Africa acaba tendo reduzido até seu valor documental. Uma pena, pois a cantora esbanjou vigor vocal ao interpretar temas como Amazing Grace, clássico da música gospel norte-americana, dedicado por Whitney às crianças da África do Sul. A cantora - primeiro nome a se apresentar na então reunificada África do Sul - parecia feliz nestes shows. Ao discursar antes de cantar Saving All my Love for You, Whitney expressou essa felicidade em palavras, dizendo que estava em casa. Resta torcer para que, no futuro, essa gravação ao vivo seja editada de forma decente, com atenção nos créditos e som remasterizado. Pela forma caça-níquel com que foi posto à venda no Brasil, o CD Concert for South Africa deve ser ignorado pelos (reais) admiradores de Whitney Houston.

Howler injeta vigor e prazer juvenil no rock com álbum 'America Give Up'

Resenha de CD
Título: America Give Up
Artista: Howler
Gravadora: Rough Trade / Lab 344
Cotação: * * * * 1/2

De tempos em tempos, entra em cena uma banda com vigoroso disco de estreia que reinjeta ânimo, energia e prazer juvenis no rock para lembrar ao mundo pop que ele - esse tal de rock'n'roll - é fênix que renasce quantas vezes for preciso para manter acesa a chama acendida nos anos 50 por Elvis Presley (1935 - 1977) e Cia. A banda da vez, Howler, vem de Minneapolis (Minnesota, EUA) e, sim, dá injeção de ânimo, energia e prazer com seu vigoroso álbum de estreia, America Give Up, lançado no exterior em janeiro de 2012 e já editado no Brasil, neste mês de fevereiro, graças ao antenado selo carioca Lab 344. O Howler jamais reinventa a roda, mas cativa em 11 faixas que totalizam 32 minutos de som meio de garagem, um rock espontâneo que tem suscitado (elogiosas) comparações com o som do álbum de estreia do Strokes. America Give Up nunca perde o pique. Na última das 11 músicas do álbum, Black Lagoon, de deliciosos dois minutos e meio, há a mesma energia da primeira, Beach Sluts. No meio delas, há gemas como This One's Different (de refrão inebriante, já conhecido por quem ouviu o EP lançado pelo quinteto em 2011), Back of Your Neck (outro tema lançado em 2011, irresistível em sua arquitetura BritPop), America (com toques de pós-punk) e Pythagorean Fearem. Há certa fúria e urgência nos vocais e riffs postos pelo cantor e guitarrista Jordan Gatesmith em faixas do alto quilate de Back to the Grave.  Enfim, America Give Up justifica a aura hype que já envolve o Howler desde o ano passado. Trata-se de grande álbum produzido com o prazer, a espontaneidade e o descompromisso de jovens que nada têm a perder por ora.

Célia grava 'Roendo Unha' para CD em tributo aos 100 anos de Gonzaga

Parceria de Luiz Gonzaga (1912 - 1989) com Luiz Ramalho (1931 - 1981), lançada pelo Rei do Baião em seu álbum Capim Novo (1976), Roendo Unha ganhou a voz de Célia. A cantora regravou a música para o CD duplo produzido por Thiago Marques Luiz para a Lua Music para festejar o centenário de nascimento de Gonzaga. A gravação foi realizada na noite de 28 de fevereiro de 2012, em estúdio de São Paulo (SP). O disco vai ser lançado no segundo semestre.

Vídeo de 2008 reacende polêmica sobre o dono da voz do álbum 'Michael'

Vídeo de Paris Jackson, gravado em 2008, reacende a polêmica em torno da real identidade da voz do cantor de Michael, álbum póstumo de Michael Jackson (1958 - 2009), lançado em dezembro de 2010 pela gravadora Sony Music. De acordo com supostas declarações da filha do autoproclamado Rei do Pop, feitas para amigos nesse video de natureza particular, a voz de algumas faixas do CD seria a do cantor Jason Malachi, cujo timbre é similar ao de Michael. A notícia da suposta existência desse vídeo corrobora versão anterior de Malachi. Em janeiro de 2011, o cantor teria admitido via Facebook que três faixas de Michael - Breaking News, Keep Your Head Up e Monster - teriam a sua voz. Malachi logo depois desmentiu, atribuindo tal declaração à ação de hackers, em versão confirmada pela Sony Music. Mas ficou a dúvida...

Santana grava 'Shape Shifter', álbum instrumental que vai lançar em maio

Santana programou para 15 de maio de 2012 o lançamento de seu 36º álbum de inéditas, Shape Shifter. Instrumental, o disco vai ser lançado pelo selo do guitarrista norte-americano, Starfaith, com distribuição da RED. O detalhe é o que o CD - o primeiro de uma série de três álbuns que o artista pretende lançar a curto prazo - ainda nem foi gravado. Santana vai começar a gravar Shape Shifter em março ou abril no Odds On Studio, em Las Vegas (EUA). Shape Shifter, Nomad, Dom e Never the Same Again estão entre as músicas do vindouro disco.

Quinto álbum do grupo Bush, 'Sea of Memories' ganha edição no Brasil

Quinto álbum de estúdio do grupo inglês Bush, The Sea of Memories (2011) já está à venda no Brasil em edição nacional fabricada pelo selo Lab 344. Primeiro álbum da banda em dez anos, o sucessor de Golden State (2001) foi lançado em setembro de 2011 no Reino Unido em edição viabilizada por parceria da Zuma Rock Records com a E1 Records. The Sea of Records é o primeiro álbum gravado pelo Bush com o guitarrista Chris Traynor e com o baixista Corey Britz, substitutos de Nigel Pulsford e Dave Parsons, respectivamente. Produzido por Bob Rock, o álbum foi precedido, em julho, pelo single The Sound of Winter. O segundo single, Baby Come Home, foi editado em janeiro de 2012. O CD totaliza 12 músicas em sua edição original.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Slash revela capa e título de seu segundo álbum solo, nas lojas em maio

Apocalyptic Love é o título do segundo álbum solo de Slash. O guitarrista revelou o nome e a capa do disco nesta terça-feira, 28 de fevereiro de 2012. Nas lojas a partir de 22 de maio, em edição do selo do próprio Slash (Dik Hayt) distribuída via Warner Music, Apocalyptic Love foi produzido por Eric Valentine. O repertório inédito é assinado por Slash com Myles Kennedy, o vocalista e líder da banda que toca no CD. O primeiro single, You're a Lie, foi editado ontem. Standing in the Sun, Halo, Bad Rain, One Last Thrill, No More Heroes, Shots Fired, We Will Roam e Not For me estão entre as dez músicas do repertório, juntamente com a faixa-título.

Adele e Rossi ajudam Sony a abocanhar 34,76% do mercado brasileiro

As vendas superlativas dos discos de Adele e padre Marcelo Rossi ajudaram a gravadora Sony Music a liderar o mercado fonográfico brasileiro ao longo de 2011 com farta fatia do bolo. A companhia abocanhou nada menos do que 34,76% desse mercado - marca inédita na história nacional da indústria do disco. Esse número foi alavancado pelo 1,5 milhão de cópias vendidas do CD Ágape Musical - derivado do último livro de Rossi, best-seller do mercado editorial brasileiro - e pelos 800 mil discos vendidos por Adele no país (soma que inclui vendas dos álbuns 19 e 21 e do kit de DVD e CD ao vivo Live at The Royal Albert Hall, lançado ao fim de 2011).

Vander Lee cai no 'sambarroco' com bossa, valsa, choro (pop) e até congado

 Nas lojas em março deste ano de 2012 em edição da LGK Music, o sétimo álbum de Vander Lee, Sambarroco, é pautado pela diversidade rítmica - ainda que o título sugira adesão total ao samba, presente em músicas como Vai assombrar porco. A reboque de repertório inteiramente autoral, o cantor, compositor e músico mineiro transita por choro de arquitetura pop (Boramar), bossa à moda mineira (Terno cinza), marcha (Arlequim), valsa (Beleza fria) e congado (Estrela, música já gravada, lançada por Maria Bethânia em 2009 no álbum  Encanteria). O CD Sambarroco  totaliza dez músicas.

Spektor lança 'All the Rowboats', 'single' de álbum produzido por Elizondo

Posto à venda no iTunes a partir de hoje, 28 de fevereiro de 2012, o single All The Rowboats anuncia formalmente o lançamento do sexto álbum de estúdio da cantora e compositora russa Regina Spektor, What We Saw from the Cheap Seats. Com lançamento previsto para maio, via Warner Music, What We Saw from the Cheap Seats foi produzido por Mike Elizondo - assim como seu antecessor, Far (2009). O álbum foi gravado em Los Angeles (EUA) em 2011.

Camelo finaliza no Rio a gravação de DVD dirigido por cineasta dos EUA

Marcelo Camelo vai finalizar o registro ao vivo do show Toque Dela no Rio de Janeiro (RJ), em apresentação agendada para 10 de março de 2012 no Circo Voador. A gravação do DVD tem sido feita ao longo da turnê sob a direção do cineasta norte-americano Jack Coleman. Oriundo da Califórnia (EUA), Coleman - apresentado a Camelo em setembro de 2011 - vai também editar o DVD. Além de imagens de vários shows captados em todo o Brasil, o DVD vai exibir também apresentação especial do artista no estilo voz & violão (a ser feita e gravada em 9 de março no SESC Palladium de Belo Horizonte), show intimista feito apenas para amigos (filmado por Coleman em varanda de apartamento de São Paulo) e entrevistas com Camelo - visto na estreia carioca do show Toque Dela na foto de Rodrigo Amaral - e outras pessoas envolvidas na turnê. Tais entrevistas serão entremeadas no DVD com os números musicais. Sairá este ano.

Selo Discobertas encaixota (mais) quatro álbuns feitos por Moreira na Odeon

 Dando continuidade à reedição da obra fonográfica de Moreira da Silva (1902 - 2000), o selo Discobertas encaixota mais quatro álbuns gravados por Kid Morengueira na Odeon. Sucessora do box O último malandro (2011), a caixa O tal malandro embala os discos O "tal..." malandro (1962), O último dos moicanos (1963), Morengueira 64 (1964) e Conversa de botequim (1966). Remasterizados a partir das matrizes da época do lançamento, tais álbuns voltam ao catálogo com capas e contracapas originais, além de faixas-bônus que adicionam aos repertórios originais gravações editadas somente em compactos e discos coletivos. O "tal..." malandro, por exemplo, ganha o acréscimo das duas músicas - Os intocáveis (Miguel Gustavo) e Fingida (Moreira da Silva e Sulamita Guimarães) - lançadas pelo cantor em compacto de 1963. Já O último dos moicanos incorpora A invernada (Estanislau Silva, Raul Marques e Aidran G. de Carvalho) e A bela e a fera (Júlio César, Moreira da Silva e José Roy), fonogramas do LP Carnaval 1964, editado no fim de 1963. Morengueira 64 - encorpado com seis faixas-bônus - traz no repertório original música de Lupicínio Rodrigues (Cigano, parceria do compositor gaúcho com Felisberto Martins), cuja obra jamais é associada ao canto de Moreira da Silva, o principal propagador do samba de breque (gênero que Kid Morengueira alardeia ter inventado). Já Conversa de botequim encadeia no repertório temas como Minha Palhoça (J. Cascata) e Piston de Gafieira (Billy Blanco). Assim como os quatro álbuns da caixa O último malandro, os discos do box O tal malandro flagram Moreira da Silva imerso na personagem folclórica do malandro - figura (lendária!) que imortalizou o artista.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Madonna promove 'Girl Gone Wild', single (de título polêmico) de 'MDNA'

Girl Gone Wild - segundo single do 12º álbum de estúdio de Madonna, MDNA - foi lançado nesta segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012, ainda envolto na controvertida alteração de seu título original. De início intitulada Girls Gone Wild, a música - composta por Madonna com Jenson Vaughan e gravada sob produção assinada por Ale Benassi e Benny Benassi com a artista - teve seu nome trocado para Girl Gone Wild, supostamente para evitar problemas legais com Joe Francis, produtor norte-americano de série homônima (de DVD) que protestou publicamente contra o fato de a música ter sido anunciada com o nome da série, do qual ele teria direitos legais. O empresário de Madonna, Guy Oseary, nega que a supressão do s no título do single Girl Gone Wild tenha a ver com a polêmica criada por Francis. Seja como for, o tema - formatado com toques de electro - repõe Madonna na pista do álbum Confessions on a Dance Floor (2005) após o controvertido flerte com o hip hop do álbum Hard Candy (2008).

Faour faz para a Universal caixa com álbuns gravados por Fafá na Philips

O pesquisador musical Rodrigo Faour recebeu o sinal verde da gravadora Universal Music para produzir caixa com reedições dos álbuns gravados por Fafá de Belém na Philips entre 1976 e 1988. Os seis primeiros - Tamba Tajá (1976), Água (1977), Banho de Cheiro (1978), Estrela Radiante (1979), Crença (1980) e Essencial (1982) - formam o supra-sumo da discografia da cantora paraense. São discos de fase em que o repertório de Fafá mesclava romantismo e regionalismo em doses equilibradas. Já o sétimo título - Sozinha (1988) - é representativo da fase em que a intérprete já tinha aderido a um repertório populista de arquitetura bem trivial.

Warner lança DVD de Maysa com números feitos no programa 'Estudos'

A gravadora Warner Music vai lançar DVD de Maysa (1936 - 1977) - o primeiro da passional cantora e compositora, projetada na década de 50 - em junho de 2012. Luiz Pereira produz o DVD póstumo, que rebobina os dez números musicais apresentados pela artista no programa Estudos, gravado e exibido pela TV Cultura em 1975, sob a direção do ator Antonio Abujamra.

Sex Pistols acerta reedição de 'Never Mind the Bollocks' com a Universal

Os músicos sobreviventes do desativado grupo inglês Sex Pistols assinaram contrato com a Universal Music Catalogue UK - divisão britânica da gravadora multinacional Universal Music - para lançar no segundo semestre de 2012 a edição comemorativa de 35 anos do único álbum de estúdio da banda, Never Mind the Bollocks Here's The Sex Pistols. Pedra fundamental do punk inglês, por conta de hits incendiários como God Save the Queen e Anarchy in the U.K.,  o álbum foi lançado originalmente em outubro de 1977 pela Virgin Records. O contrato dá a Universal Music o direito de reeditar o disco no mundo todo, exceto na América do Norte. A edição comemorativa dos 35 anos de Never Mind the Bollocks Here's The Sex Pistols vai ser dupla. Ao repertório do álbum original, serão adicionados no CD 1 b-sides como No Feeling e Did You No Wrong. Já o CD 2 vai trazer registro ao vivo de show do grupo, captado em 28 de julhode 1977  no Stockholm Happy House, na Suécia - além de três números de outro show.

Bret McKenzie vence Brown e Mendes na disputa pelo Oscar de Canção

Ainda não foi dessa vez que o Brasil conquistou seu tão sonhado primeiro Oscar. O compositor neozelandês Bret McKenzie ganhou o Oscar de Canção Original por Man or Muppet, tema do filme Os Muppets. Com sua vitória na 84ª edição do prêmio concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood em cerimônia realizada no Hollywood and Highland Center na noite de 26 de fevereiro de 2012, McKenzie derrotou Carlinhos Brown, Sergio Mendes e Siedah Garret, o trio que assina o samba-enredo Real in Rio, tema do filme de animação Rio. O trio formado pelos dois brasileiros era o único concorrente de McKenzie, já que a categoria totalizava somente duas indicações. Vale lembrar que a derrota de Brown e Mendes foi a segunda do Brasil na categoria. No Oscar de 1945, Ary Barroso (1903 - 1964) e Ned Washington (1901 - 1976) disputaram - e perderam - o Oscar de Canção Original por conta de sua parceria em Rio de Janeiro, tema da trilha sonora do filme Brazil (1944). Pena!

Ludovic Bource ganha Oscar de trilha sonora pela música de 'O Artista'

O compositor francês Ludovic Bource ganhou o Oscar pela trilha sonora original do filme O Artista. Bource - visto em foto do site oficial da premiação norte-americana de cinema - derrotou concorrentes de peso como Howard Shore (indicado pela música de A Invenção de Hugo Cabret) e John Williams (nomeado por As Aventuras de Tintim e Cavalo de Guerra).

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Zizi Possi dá show com a imensidão do som de um momento luminoso

Resenha de show
Título: Tudo se Transformou
Artista: Zizi Possi (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro Paulo Autran - Sesc Pinheiros (São Paulo, SP)
Data: 25 de fevereiro de 2012
Cotação: * * * * 1/2
Show em cartaz em São Paulo (SP) até 26 de fevereiro e no Rio de Janeiro (RJ) em abril

Sobre todas as coisas, Zizi Possi continua cantando divinamente bem, na melhor das formas vocais. A minitemporada feita pela cantora neste fim de semana no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), significa um renascimento artístico após problemas de saúde que a tiraram de cena por uns tempos. Zizi já havia voltado aos palcos, mas não plenamente recuperada como neste show de roteiro renovado, aberto e encerrado com Filho de Santa Maria (Itamar Assumpção e Paulo Leminski), música registrada pela intérprete em seu álbum Mais Simples (1996). A sensação de plenitude é detectada no deleite com que Zizi - prestes a fazer 56 anos, em março - se porta em cena para cantar músicas de universos e autores díspares, irmanados com sua classe. Elegância que se revela natural na postura, na voz e no pleno entendimento das canções - qualidades que enobrecem suas interpretações e que fazem um show como o deste fim de semana roçar o sublime em muitos instantes. Nem os problemas técnicos que motivaram pequenas pausas na apresentação de sábado, 25 de fevereiro de 2012, diluiram a sensação de puro prazer que tomou conta da plateia ao assistir ao recital. Zizi deu show com a imensidão do som desse momento luminoso, recriando a sua criação. Se a arquitetura do roteiro é nova, a linguagem musical é a experimentada nos dois álbuns - Sobre Todas as Coisas (1991) e Valsa Brasileira (1994) - que redefiniram a carreira e a discografia da cantora. São destes discos que vem boa parte do repertório cantado por Zizi com a interação de cordas e percussões feita pela banda formada por Jether Garotti Jr. (piano e clarineta), Kecco Brandão (teclados), Webster Santos (violão, bandolim e voz em Filho de Santa Maria) e Guello (percussão). Contudo, o que poderia soar antigo volta à cena cheio de frescor, mesmo sendo - a rigor - déjà vu para quem acompanha a trajetória da artista nos palcos. Estão lá as inflexões de Rebento (Gilberto Gil), a leveza com que a intérprete pisa no terreirão do samba mais cool - em especial no link de Escurinha (Geraldo Pereira e Arnaldo Passos) com Escurinho (Geraldo Pereira) e O Samba e o Pandeiro (Jackson do Pandeiro e Ivo Martins) - e a destreza com que arma o intrincado jogo de sedução proposto por Lábia, tema composto por Edu Lobo e Chico Buarque para o musical Cambaio (2000). Sagaz, Zizi faz inusitadas costuras no roteiro, unindo Palavras (Gonzaguinha) com Tudo se Transformou (Paulinho da Viola), uma das mais belas páginas da obra do Príncipe do Samba, nobre como a cantora que ora lhe dá voz. Compositor bem mais recorrente nos repertórios de Zizi, Gonzaguinha (1945 - 1991) é a reavivado com Viver, Amar, Valeu! - número que reitera a perfeição reinante na quase totalidade da apresentação - e com Explode Coração, música que tem sido rebobinada - na gravação feita por Zizi em 1996 - na trilha sonora da novela A Vida da Gente, exibida pela TV Globo às 18h. Com perfeita emissão vocal, em equilibrada equação de técnica e emoção, a cantora valoriza a balada Cacos de Amor (Luiza Possi e Dudu Falcão) no tempo da delicadeza, expõe a dose exata de melancolia contida em Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes) - número de especial empatia popular - e alicerça a conexão com seu público mais fiel em bloco de hits radiofônicos dos anos 80 que encadeia Noite (Nico Rezende e Jorge Salomão), Asa Morena (Zé Zaradivia) e Caminhos de Sol (Herman Torres e Salgado Maranhão). Em Noite, a banda procura reproduzir a pegada pop do arranjo da gravação de 1987. "Gostoso, né?", pergunta Zizi para a platéia de fãs que lotam as 1.010 poltronas do Teatro Paulo Autran. Sim, é gostoso por se tratar de Zizi, cantora hábil na depuração de canções feitas para multidões. Uma delas - Nada Pra Mim (John Ulhoa), composta para Ana Carolina - se diferencia pelo toque do bandolim de Webster Santos enquanto Busy Man (Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown) perde algumas sutilezas na abordagem de Zizi pela insegurança da cantora com a letra, parcialmente lida em cena. Detalhe tão pequeno de recital que se tornou grande - e refinado - pela imensidão do som e do canto renascido de Zizi Possi.

Classuda, Zizi irmana Paulinho, Ulhoa, Nico e Brown no roteiro de show

Com a classe e a voz que Deus lhe deu, Zizi Possi vai de Nico Rezende a Edu Lobo - passando por Carlinhos Brown, John Ulhoa e Paulinho da Viola - sem perder a elegância e a pose de diva da música brasileira. Balada pop composta por Nico com Jorge Salomão, gravada pela cantora com sucesso radiofônico no álbum Amor & Música (1987), Noite foi uma das surpresas do novo roteiro que a cantora apresentou pela primeira vez em show que lotou o Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros de São Paulo (SP), na noite de 25 de fevereiro de 2012. No show, que chega ao Rio de Janeiro (RJ) em abril, Zizi dá voz a temas como Tudo se Transformou (Paulinho da Viola, 1970), Sem Você (Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, 1998), Nada pra Mim (John Ulhoa, 1999) e Lábia (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001). Eis o roteiro seguido por Zizi - em foto de Mauro Ferreira - na primeira de suas duas concorridas apresentações no Teatro Paulo Autran:

1. Filho de Santa Maria (Itamar Assumpção e Paulo Leminski)
2. Com que Roupa? (Noel Rosa)
3. Uirapuru (Waldemar Henrique)
4. Rebento (Gilberto Gil)
5. Escurinha (Geraldo Pereira e Arnaldo Passos) /
6. Escurinho (Geraldo Pereira) /
7. O Samba e o Pandeiro (Jackson do Pandeiro e Ivo Martins)
8. Palavras (Gonzaguinha) /
9. Tudo se Transformou (Paulinho da Viola)
10. Viver, Amar, Valeu (Gonzaguinha)
11. Explode Coração (Gonzaguinha)
12. Morena dos Olhos d'Água (Chico Buarque)
13. Cacos de Amor (Luiza Possi e Dudu Falcão)
14. Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes)
15. Nada pra Mim (John Ulhoa)
16. Sem Você (Busy Man) (Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown)
17. Lábia (Chico Buarque e Edu Lobo)
18. Noite (Nico Rezende e Jorge Salomão)
19. Asa Morena (Zé Caradipia)
20. Caminhos de Sol (Herman Torres e Salgado Maranhão)
21. A Paz (João Donato e Gilberto Gil)
22. Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros)
23. Porta-Estandarte (Geraldo Vandré e Fernando Lona)
24. Filho de Santa Maria (Itamar Assumpção e Paulo Leminski)
Bis:
25. Tico-Tico no Fubá (Zequinha de Abreu)
26. Per Amore (Mariella Nava)

Baby mostra como se dança o baião no CD que festeja 100 anos de 'Lua'

Baby do Brasil - vista em foto de ensaio feito por Mariana Sciorilli - vai mostrar como se dança o baião no disco duplo produzido por Thiago Marques Luiz para a gravadora Lua Music para celebrar o centenário de nascimento do cantor e compositor Luiz Gonzaga (1912 - 1989). Baby aceitou o convite para pôr voz em Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), uma das pedras fundamentais da obra de Lua. A gravação vai ser feita em março, em São Paulo (SP).

Em fase final de gravação, tributo à obra de Arantes totaliza 21 cantoras

Faltam três cantoras entrarem em estúdio - Fabiana Cozza, Marya Bravo e Silvia Machete - para o DJ Zé Pedro encerrar a gravação do CD A Voz da Mulher na Obra de Guilherme Arantes. Nas lojas em abril de 2012, em edição da gravadora Joia Moderna, o tributo à obra do compositor paulista totaliza 21 cantoras de diversos estilos e gerações. Eis, em ordem alfabética, as intérpretes convidadas para o disco e as canções de Arantes a que elas dão voz:

1. Adyel - Êxtase (1979)
2. Ângela Ro Ro - Amanhã (1977)
3. Aretha - Mania de Possuir (1986)
4. Célia - O Amor Nascer (1982)
5. Cida Moreira - Brincar de Viver (1983)
6. Daniela Procópio - Canção de Amor (1988)
7. Fabiana Cozza - Um Dia, Um Adeus (1987)
8. Fafá de Belém - Planeta Água (1981)
9. Fhernanda Fernandes - Toda Vã Filosofia (1988)
10. Leila Pinheiro - Despertar do Amor (1985)
11. Luciana Alves - Só Deus É Quem Sabe (1980)
12. Marcia Castro - O Melhor Vai Começar (1982)
13. Maria Alcina - Aprendendo a Jogar (1980)
14. Marya Bravo - Vivendo com Medo (1980)
15. Silvia Machete - Lindo Balão Azul (1982)
16. Tiê - Pedacinhos (Bye Bye So Long) (1983)
17. Vanessa da Mata - Cuide-se Bem (1976)
18. Vânia Bastos - Primaveras e Verões (1989)
19. Verônica Ferriani - Muito Diferente (1989)
20. Verônica Sabino - Loucas Horas (1986)
21. Zizi Possi - Meu Mundo e Nada Mais (1976)

'Ousadia & alegria' é o título do primeiro projeto solo do pagodeiro Thiaguinho

 Ousadia & alegria é o título do primeiro trabalho oficial da carreira solo de Thiaguinho, cantor paulista projetado em escala nacional como vocalista do grupo de pagode Exaltasamba. O disco vai ser gerado a partir de gravação ao vivo agendada para 5, 6 e 7 de abril de 2012 - em shows que serão feitos pelo artista no Credicard Hall de São Paulo (SP). Thiaguinho vai registrar sobretudo músicas inéditas de autoria própria. A edição de Ousadia & alegria está prevista para junho em CD e em DVD.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

'Cool', Nina aborda obra alegre de Lamartine com estética 'indie' em show

Resenha de show
Título: Nina Becker Canta Lamartine Babo
Artista: Nina Becker (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Teatro do Sesc Vila Mariana (São Paulo, SP)
Data: 24 de fevereiro de 2012
Cotação: * * *

"É emocionante, né?", perguntou Nina Becker ao público que ocupava a maior parte das poltronas do teatro do Sesc Vila Mariana após cantar a valsa Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso, 1942). Sim, a bela valsa chega a emocionar pela arquitetura perfeita de música e letra, mas Nina é cantora de tom habitualmente cool que transita distante de trilhas mais emotivas. No show em que filtra o cancioneiro normalmente alegre de Lamartine Babo (1904 - 1963) pela estética indie, a cantora carioca - projetada nos anos 2000 como vocalista da carnavalesca Orquestra Imperial - cresce em cena quando procura reavivar o espírito folião da obra do compositor carioca, um dos mais inspirados fornecedores de marchinhas para os Carnavais dos anos 30, 40 e 50. De início apática em cena, Nina Becker dá a impressão de ser a antítese da intérprete ideal para realçar a verve de pérolas raras como Dia de Jejum e Oh, as Mulheres, duas obscuras parcerias de Lamartine com o maestro e compositor Lyrio Panicalli (1906 - 1984). Mas, aos poucos, Nina vai se ambientando e entrando no tom maroto de temas como Infelizmente (Lamartine Babo e Ary Pavão, 1932) e Canção pra Inglês Ver (Lamartine Babo, 1931). Pautada pela estética do indie rock, a banda - que destaca o guitarrista Pedro Sá - se permite ousadias estilísticas como esboçar levada de carimbó após o falso fim de Babo...Seiras (Lamartine Babo, 1932). Fiel a essa estética, o arranjo minimalista de No Rancho Fundo (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1930) merece menção honrosa. Adereço adicionado ao figurino despojado da cantora a partir do Hino do Carnaval Brasileiro (Lamartine Babo e Almirante, 1938), a guirlanda sinaliza o tom folião que o show vai adquirindo progressivamente a partir desse tema. Bônus da apresentação feita pela cantora em São Paulo (o show Nina Becker Canta Lamartine Babo teve sua estreia nacional em Belo Horizonte em dezembro de 2011), as participações de Karina Buhr e China dão vivacidade ao espetáculo. Ela resultou especialmente graciosa na mise-en-scène feita em Isto É Lá com Santo Antônio (Lamartine Babo, 1933), um dos sucessos do versátil compositor no terreno junino. Com sua voz grave, ele tornou charmoso o dueto com Nina em Joujoux & Balangandãs (Lamartine Babo, 1939) - ponto tão alto do show que a descida dos cantores à plateia para interagir com os espectadores se mostrou dispensável - e ainda jogou boa luz sobre Aí, Hein! (Lamartine Babo e Paulo Valença, 1932). No fim, os medleys com hinos dos clubes de futebol do Rio de Janeiro (RJ) e com marchinhas elevam o grau de animação de show que deixa boa impressão. Nina canta Lamartine com caras, bocas, poses e certa graça.

Nina apresenta pérolas raras do baú diversificado de Lamartine em show

São Paulo (SP) - Foxtrot composto nos anos 30 por Lamartine Babo (1904 - 1963) com Ary Baroso (1903 - 1964), Oh!, Nina! é uma das pérolas raras que compõem o roteiro do show Nina Becker Canta Lamartine Babo. Idealizado para o projeto Compositores.BR da Funarte de Belo Horizonte (MG), onde estreou em 3 de dezembro de 2011, o show teve uma segunda apresentação no teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo (SP), em 24 de fevereiro de 2012. Nina - vista na cena paulista na foto de Mauro Ferreira - expõe no roteiro várias faces da obra diversificada de Lamartine com ênfase na produção carnavalesca do compositor carioca. Eis o roteiro seguido por Nina na estreia paulista do show Nina Becker Canta Lamartine Babo:

1. Dia de Jejum (Lamartine Babo e Lyrio Panicalli, 1963)
2. Oh, as Mulheres! (Lamartine Babo e Lyrio Panicalli, 1963)
3. Infelizmente (Lamartine Babo e Ary Pavão, 1932)
4. Babo...Seiras (Lamartine Babo, 1932)
5. Eu Sonhei que Tu Estavas Tão Linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso, 1942)
6. Canção pra Inglês Ver (Lamartine Babo, 1931)
7. Hino do Carnaval Brasileiro (Lamartine Babo e Almirante, 1938)
8. Isto É Lá com Santo Antônio (Lamartine Babo, 1933) - com Karina Buhr
9. História do Brasil (Lamartine Babo e Almirante, 1933) - com Karina Buhr
10. No Rancho Fundo (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1930)
11. Oh, Nina! (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1930)
12. Joujoux & Balangandãs (Lamartine Babo, 1939) - com China
13. Aí, Hein! (Lamartine Babo e Paulo Valença, 1932) - solo de China
14. Medley com os hinos dos times de futebol América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e
      Vasco (Lamartine Babo)
15. A.E.I.O.U. (Lamartine Babo e Noel Rosa, 1931) /
      Grau 10 (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1934) /
      2 X 2 (Lamartine Babo, 1933) - com China e Karina Buhr
Bis:
16. Oh, Nina! (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1930)

Ao cantar Lamartine em São Paulo, Nina refaz dueto de 1939 com China

São Paulo (SP) - Roqueiro de Pernambuco que lança em março seu terceiro CD solo, Moto Contínuo, China mostrou que sabe brincar Carnaval ao participar do show Nina Becker Canta Lamartine Babo, apresentado no teatro do Sesc Vila Mariana na noite de ontem, 24 de fevereiro de 2012. Com verve e harmonia, China e Nina - vistos em foto de Mauro Ferreira - reeditaram em Joujoux e Balangandãs (Lamartine Babo) o dueto feito por Mário Reis com a cantora Mariah em disco lançado em 1939. No gracioso número, a dupla chegou a descer para a plateia para incentivar alguns espectadores a cantar a marcha do compositor carioca. Na sequência, China valorizou título menos sedutor da obra de Lamartine Babo (1904 - 1963), Aí, Hein!, parceria do compositor com Paulo Valença, lançada em 1932. Neste número solado por China, Nina improvisou coreografias. No fim do show, o roqueiro folião ainda voltou à cena com Karina Buhr (que também participou da apresentação) para reforçar medley carnavalesco que uniu as marchinhas A.E.I.O.U. (Lamartine Babo e Noel Rosa, 1931), Grau 10 (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1934) e 2 X 2 (Lamartine Babo, 1933). China animou o baile indie de Nina.

Karina Buhr dá vivacidade ao show em que Nina Becker canta Lamartine

São Paulo (SP) - Presença luminosa no bom show Nina Becker Canta Lamartine Babo, apresentado no teatro do Sesc Vila Mariana na noite de 24 de fevereiro de 2012, Karina Buhr deu vivacidade ao espetáculo em que Nina filtra pela estética indie a obra multifacetada de Lamartine Babo (1904 - 1963), compositor carioca dono de farto cancioneiro carnavalesco. Com Buhr, Nina fez gracioso dueto na marcha junina Isto É Lá com Santo Antônio (Lamartine Babo, 1933) e, com menos harmonia, na marchinha História do Brasil (Lamartine Babo e Almirante, 1933). No fim do show, Buhr - vista com Nina em foto de Mauro Ferreira - voltou à cena com China (o outro convidado da apresentação) para reforçar medley carnavalesco que uniu as marchinhas A.E.I.O.U. (Lamartine Babo e Noel Rosa, 1931), Grau 10 (Lamartine Babo e Ary Barroso, 1934) e 2 X 2 (Lamartine Babo, 1933). Buhr animou o baile alternativo de Nina.

Nina veste camisa do time ao cantar hinos de futebol feitos por Lamartine

São Paulo (SP) - Nina Becker vestiu literalmente a camisa bicolor de seu time de futebol, o carioca Flamengo, ao cantar pot-pourri com hinos compostos por Lamartine Babo (1904 - 1963) para os principais times do Rio de Janeiro (RJ) em apresentação no teatro do Sesc Vila Mariana na noite de ontem, 24 de fevereiro de 2012. A intérprete carioca encadeou os hinos do América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco após engatar papo sobre a ausência da bandeira do Vasco no cenário do show Nina Becker Canta Lamartine Babo. Mas o papo e o número surtiram pouco ou nenhum efeito na plateia paulista. Ignorando que estava em campo adversário, Nina - vista em foto de Mauro Ferreira - ainda lamentou o gol perdido pelo jogador Deivid no jogo do dia anterior em que o Vasco venceu o Flamengo em partida da semifinal da Taça Guanarabara."Porra, Deivid!", disse a descontraída cantora, vitoriosa no campo musical. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Filho de Dalva e Herivelto, e herdeiro da bossa, Pery sai de cena aos 74

Pery Ribeiro (1937 - 2012) se gabava do fato de ter sido o primeiro a registrar em estúdio a célebre Garota de Ipanema, que veio ao mundo em 1962 pelas mãos e mentes inspiradas de Tom Jobim (1927 - 1994) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980). De fato, Pery teve tal primazia ao dar voz à então nascente Garota em seu álbum Pery É Todo Bossa (1963). Mas não vai ser por tal proeza que o cantor - morto aos 74 anos na manhã desta sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012, vítima de enfarte - vai ser mais lembrado. O nome de Pery é hoje - e talvez vá ser sempre - bem mais associado ao canto passional de sua família. Afinal, Pery foi filho de um dos casais mais ruidosos da música brasileira, Dalva de Oliveira (1917 - 1972) e Herivelto Martins (1912 - 1992). Dalva e Herivelto eram as suas estrelas, como Pery sentenciou já no título de livro autobiográfico editado em 2006, mesmo ano em que o cantor lançou seu último CD, Cores da Minha Bossa. Mas tal parentesco - do qual o artista tinha orgulho - jamais deve fazer sombra à obra fonográfica do cantor, iniciada em 1960 com a gravação de um compacto duplo. Pery foi todo bossa em sua fase áurea. Embora os dois primeiros LPs do artista (Eu Gosto da VidaPery Ribeiro e seu Mundo de Canções Românticas, lançados em 1961 e em 1962, respectivamente) tenham sido gravados fora de sintonia com a modernidade que já se impunha naquela época, Pery foi mais um entre os muitos herdeiros das conquistas da Bossa Nova, gênero que abraçou a partir de seu terceiro álbum (o já citado Pery É Todo Bossa) e que norteou a partir de então sua discografia na década de 60 em álbuns como Pery Muito Mais Bossa (1964). A partir dos anos 70, a discografia de Pery Ribeiro já incursiona pela MPB que se consolidara na era dos festivais. Mas a bossa ficaria associada ao seu canto (assim como sua filiação ficaria associada ao seu nome). Pery Ribeiro foi todo bossa nos discos dos anos 60.

Com elegância, Julia Bosco canta coisas de casal em álbum autoral, 'Tempo'

Resenha de CD
Título: Tempo
Artista: Julia Bosco
Gravadora: MCK / Tratore
Cotação: * * 

 Julia Bosco vivencia o próprio tempo em disco de estreia. Sem recorrer ao cancioneiro do pai (João Bosco, convocado apenas para tecer a trama do violão que torna Na Oração faixa em que se deve pôr fé), a cantora e compositora carioca debuta no mercado fonográfico em tom confessional com Tempo, CD independente distribuído pela Tratore. A voz de mezzo-soprano não é especialmente marcante e tampouco soa original, mas está perfeitamente ajustada ao repertório autoral burilado por Julia com Fabio Santanna, parceiro na música e na vida, produtor do disco em ofício dividido com Plínio Profeta. Da safra autoral, os maiores destaques são Desavisados (Julia Bosco e Fabio Santanna) - tema que exala sensualidade elegante e suingue sutil pontuado pelos metais soprados por Marlon Sette e Bidu - e Curtição (Julia Bosco e Fabio Santanna). Faixa valorizada pela bossa particular do piano Rhodes e dos teclados Moog pilotados por Marcos Valle, muso inspirador do tema funkeado em que também pôs voz, Curtição aponta o caminho de leveza percorrido pela artista em CD sincero. A elegância do canto de Julia e dos arranjos atenua a dose de trivialidade detectada na levada pop das baladas Confusão (Fabio Santanna) e Mesmo Princípio (Julia Bosco e  Fabio Santanna). Confusão rebobina na letra a sensualidade que aquece Desavisados e, de certa forma, todo este disco de temperatura amena. Tempo é um disco íntimo e pessoal. Por mais que a junção destes adjetivos já resulte clichê e desgastada, ela faz sentido neste álbum urdido pelas paixões de seus protagonistas. Às vezes, Julia e Fabio cantam mesmo coisas de casal - como dizia o título do hit radiofônico composto nos 80 por Rita Lee e Roberto de Carvalho, casal 20 do pop rock brasileiro. Play a fool (Fabio Santanna) - canção que esboça certa densidade em disco pontuado pela suavidade - é um acerto de contas romântico que ganha mais sabor pelo fato de ser cantado por Julia em dueto com Fabio - cujo vocal direciona o samba Mutantes (Fabio Santanna) para uma trilha black. Meio deslocada no ambiente ameno de new bossa em que Carta para uma amiga (Julia Bosco e Fabio Santanna) é aclimatada, Dia santo (Julia Bosco e Fabio Santanna) se diferencia pelo toque afro-brasileiro sustentado pela percussão de Ronaldo Silva. Já Tudo Bem (Julia Bosco e Fabio Santanna) cai na salsa sem evocar a efervescência rítmica do gênero. Se Angel (Julia Bosco e Fabio Santanna) é carta de amor escrita no tom confessional ditado pelo disco, a balada que batiza e fecha Tempo - da lavra solitária de Fabio - reitera a elegância que valoriza o repertório nem sempre marcante (tal como a voz de Julia...). Tempo soa como brisa do mar que sopra leve e ligeira num fim de tarde carioca, sem deixar marcas ou rastros na bonita paisagem...

Emílio bisa capa do CD de estúdio na edição ao vivo de 'Só Danço Samba'

Emilio Santiago vai lançar em março de 2012, com distribuição da gravadora Biscoito Fino, o registro ao vivo de seu show Só Danço Samba, captado em DVD em apresentação na casa Citibank Hall de São Paulo (SP) em 30 de março de 2011. O show é baseado no primoroso disco de 2010, Só Danço Samba, em que o cantor dá baile no óbvio ao prestar tributo a Ed Lincoln. A curiosidade é que o CD Só Danço Samba ao Vivo reutiliza a capa do disco de estúdio, com o acréscimo das palavras ao vivo no título original. Clique aqui para ler a resenha do CD de 2010.

Gorillaz lança 'single', 'Do Ya Thing', gravado com Andre 3000 e Murphy

O quarteto virtual Gorillaz está disponibilizando single inédito para download gratuito e legalizado. A música Do Ya Think foi gravada pelo grupo britânico - visto no traço de Jamie Hewlett - com intervenções de Andre 3000 (metade da dupla norte-americana Outkast) e de James Murphy (mentor do desativado LCD Soundsystem). Clique aqui para ouvir e/ou baixar a dançante faixa Do Ya Think, produzida dentro do projeto 3 Artists, 1 Song, do site Converse.

Riva vai de Diana a Roberto Silva na rota latinoamericana do álbum 'Idílio'

Versão de Rossini Pinto para Voy a Guardar mi Lamento, tema do cantor e compositor peruano Raúl Vazquez, Meu Lamento ganha a voz de Marina de la Riva 40 anos após ter sido lançada por Diana em LP de 1972. Meu Lamento faz parte da rota latinoamericana seguida pela cantora em seu segundo álbum de estúdio, Idílio, nas lojas ainda neste mês de fevereiro de 2012. Em Idílio, Riva regrava também Juracy (Antonio de Almeida e Cyro de Souza), samba sincopado gravado em 1958 pelo cantor Roberto Silva no primeiro dos quatro volumes da série de LPs Descendo o Morro. O repertório de Idílio inclui Añorado Encuentro (Alberto Vera Morúa e Giraldo Piloto Bea), Assum Preto (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Ausência (Marília Medalha e Vinicius de Moraes), Canción de las Simples Cosas (Cesar Isella e Armando Tejada Gómez), Deixa Que Amanheça (Como nos Versos de Bilac) (Osvaldo Santiago) e Voy a Tatuarme (Amaury Gutierrez), entre outras obras de compositores oriundos da América Latina.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Compilação de raridades do Cult retorna ao catálogo nacional via Lab 344

Dentro da série Lab.Rocks! [re.lançamentos], o selo carioca Lab 344 repõe em catálogo no mercado brasileiro a coletânea Best of Rare Cult, editada originalmente em novembro de 2000. Best of Rare Cult compilou 11 gravações lançadas na caixa de sete CDs Rare Cult e, de quebra, apresentou quatro fonogramas não incluídos nesse luxuoso box. As quatro faixas exclusivas do Best of são a versão longa de She Sells Sanctuary, Spanish Gold, a segunda versão da demo de Lady Down Your Gun e o mix original de Go West (Crazy Spinning Circles).

Madredeus revive essência de sua discografia com voz de Beatriz Nunes

O grupo português Madredeus volta à cena e ao mercado fonográfico em abril de 2012 para celebrar seus 25 anos de carreira fonográfica. Com a voz de Beatriz Nunes, escalada para a difícil tarefa de substituir Teresa Salgueiro, o sexteto revive 13 músicas de seu repertório em Essência, disco que vai ser lançado em 2 de abril - mês em que o grupo sai em turnê cuja rota, por ora, abrange a Europa. O repertório do CD Essência engloba músicas dos álbuns Os Dias da Madredeus (1987), Existir (1990), Espírito da Paz (1994), O Paraíso (1997), Movimento (2001) e Metafonia (2008). A seleção inclui O Pomar das Laranjeiras, Palpitação, A Sombra, A Confissão, O Navio e Coisas Pequenas, entre outros temas da obra do Madredeus.

Segundo CD póstumo de Joey Ramone, '...Ya Know?' revitaliza 17 demos

Um segundo disco póstumo de Joey Ramone (1951 - 2001) - visto no traço de  Uroš Begović - vai ser lançado em 22 de maio de 2012. Sucessor de Don’t Worry About Me, Joey (2002), CD editado já há dez anos, ...Ya Know? revitaliza 17 gravações embrionárias do roqueiro norte-americano em produção assinada por Ed Stasium, piloto de álbuns do grupo Ramones como Road to Ruin (1978) e Mondo Bizarro (1992). Os inéditos registros de músicas como Rock & Roll Is the Answer, New York City e Waiting for That Railroad foram finalizados por nomes como Joan Jett, Richie Ramone, Steven Van Zandt (da E-Street Band, de Bruce Springsteen).