Mauro Ferreira no G1

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sábado, 17 de dezembro de 2011

Sai de cena, aos 70 anos, Cesaria Évora, voz dos ritmos de Cabo Verde

Cala-se a voz profunda d'A Diva dos Pés Descalços, epíteto cunhado já no título de seu segundo álbum, La Diva Aux Pieds Nus, lançado em 1988 pela gravadora Lusafrica. Aos 70 anos, a cantora africana Cesaria Évora sai de cena neste sábado, 17 de dezembro de 2011. No mapa-múndi da música, Évora vai ficar eternizada como a voz dos ritmos de seu país natal, Cabo Verde, onde nasceu e morreu na Ilha de San Vicente, vítima de insuficiência respiratória e hipertensão. Voz que destilava a fina melancolia impregnada nas mornas - espécie de samba-canção da terra da intérprete - que entoava em crioulo, um idioma que misturava português, francês e dialetos africanos. Évora também deu voz às coladeiras, outro ritmo cabo-verdiano, mais dançante e próximo da pegada caribenha. Sua carreira - encerrada em setembro de 2011 por conta dos problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2008 - deslanchou e ganhou projeção mundial nos anos 90, década em que fez conexões com artistas brasileiros como Caetano Veloso (dueto em Regresso, faixa do álbum San Vicente Di Longe, editado em 2001) e Marisa Monte, com quem fez antológica gravação de É Doce Morrer no Mar (Dorival Caymmi). Voz imortal de temas como Sodade, Cesaria deixa álbuns como Mar Azul (1991), Miss Perfumado (1992), Cesaria (1995), Cabo Verde (1997) e Café Atlântico (1999). Seu último CD, Nha Sentimento, foi editado em 2009. Cala-se voz doce de sentimentos profundos.

10 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Cala-se a voz profunda d'A Diva dos Pés Descalços, epíteto cunhado já no título de seu segundo álbum, La Diva Aux Pieds Nus, lançado em 1988 pela gravadora Lusafrica. Aos 70 anos, a cantora africana Cesaria Évora sai de cena neste sábado, 17 de dezembro de 2011. No mapa-múndi da música, Évora vai ficar eternizada como a voz dos ritmos de seu país natal, Cabo Verde, onde nasceu e morreu na Ilha de San Vicente, vítima de insuficiência respiratória e hipertensão. Voz que destilava a fina melancolia impregnada nas mornas - espécie de samba-canção da terra da intérprete - que entoava em crioulo, um idioma que misturava português, francês e dialetos africanos. Évora também deu voz às coladeiras, outro ritmo cabo-verdiano, mais dançante e próximo da pegada caribenha. Sua carreira - encerrada em setembro de 2011 por conta dos problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2008 - deslanchou e ganhou projeção mundial nos anos 90, década em que fez conexões com artistas brasileiros como Caetano Veloso (dueto em Regresso, faixa do álbum San Vicente Di Longe, editado em 2001) e Marisa Monte, com quem fez antológica gravação de É Doce Morrer no Mar (Dorival Caymmi). Voz imortal de temas como Sodade, Cesaria deixa álbuns como Mar Azul (1992), Miss Perfumado (1993), Cesaria (1995), Cabo Verde (1997) e Café Atlântico (1999). Seu último CD, Nha Sentimento, foi editado em 2009. Cala-se voz doce de sentimentos profundos.

Felipe dos Santos disse...

Lamento.

Cesária trazia muito sentimento em sua voz. "Cabo Verde" é ótimo CD.

Felipe dos Santos Souza

lurian disse...

Perda irreparável. Uma Cabo-veridiana ser mundialmente conhecida, sem partir pro exotismo? Por ai se percebe o tamanho de sua grandeza.

Diogo Santos disse...

Miriam Makeba à parte, nenhuma outra cantora africana chegou onde dona Cesaria Évora chegou. A ex-crooner de bares em Cabo Verde - pais localizado no litoral africano e que fora colonia portuguesa - gravou seu primeiro album 1985 e contra todos os prognósticos ganhou fama internacional aos 47 anos. Sua carreira vitoriosa teve grandes duetos com nomes como Bonnie Rait ( " Crepuscular Solidão " ), S...alif Keita ( " Yamore " ), Chucho Valdés ( " Negue " ), Caetano Veloso ( " É preciso perdoar " ) e Marisa Monte ( " Mar Azul " ). A " diva dos pés descalços " - como era conhecida - tinha encerrado a carreira em outubro desse ano por conta da saúde debilitada. Em 2004 ganhou o Grammy de Melhor Album de World Music pelo album " Voz d'Amor ". Enfim, uma perda irreparavel. A lusofonia nunca mais será a mesma ...

Anônimo disse...

Não é meu estilo, mas isso pouco importa. O talento salta aos olhos/ouvidos.
A Lurian mandou bem no comentário.
Lembro do ótimo dueto dela com Marisa Monte numa música do Caymmi.

Anônimo disse...

Não é meu estilo, mas isso pouco importa. O talento salta aos olhos/ouvidos.
A Lurian mandou bem no comentário.
Lembro do ótimo dueto dela com Marisa Monte numa música do Caymmi.

Anônimo disse...

Lamentavel mesmo...uma pessoa que cantava com a alma, nao sei tudo sobre ela, mas o pouco que sei senti sua emoçao.

Eulalia Moreno disse...

O mundo que fala, canta e ama em português está de luto.... uma tristeza..
Abraço

Eulalia

Chabacano disse...

Uma senhora simples e talentosíssima. Inesquecível dama da música que certamente veio a este mundo para amenizar tristezas e espalhar alegrias com seu canto belo e doce. Cesária viverá em meu coração para sempre.

Káyon disse...

Sobre o que cantava, a gente pouco compreendia. Nem precisava. A gente sentia tudo. Sodade, sodade, sodade...
Sodades tua, Césaria!